As empresas Mori Energia, Cemig Sim, Órigo, Alsol, Sun Mobi, ENC Energy e Illuminatus Energia se reuniram na última semana com a Agência Nacional de Energia Elétrica para entregar documento redigido pelas companhias, que sugere que a agência reconheça as especificidades da modalidade de geração compartilhada no processo de revisão da Resolução Normativa 482. A ação acontece a poucos dias da agência finalizar o prazo de entrega de contribuições para consulta pública do tema. A carta explica o potencial da GD na democratização do acesso à energia limpa por consumidores de menor porte, da base da pirâmide social.

De acordo com Guilherme Susteras, sócio-diretor da Sun Mobi, atualmente a empresa já tem entre seus clientes muitas famílias que moram em imóveis pequenos, alugados ou sem condições técnicas de ter painéis solares, como é o caso da maioria dos prédios de apartamentos, o que indica que há uma democratização do acesso à energia solar. Segundo ele, nas avalições atuais, a Aneel não diferenciou a geração compartilhada do modelo de Autoconsumo Remoto, que é utilizado por grandes grupos econômicos. O diretor de novos negócios da Órigo Energia, Rodolfo Molinari, pediu que as modalidades sejam avaliadas de forma individualizada, considerando que hoje a geração compartilhada representa menos de 2% de toda a capacidade instalada de geração distribuída, mas, ao mesmo tempo, é o principal veículo de democratização da energia para pequenos consumidores, e fomenta de forma relevante impactos sociais e ambientais nas comunidades.

O presidente da Illuminatus Energia, Vandislau Belluzzo, reforça a necessidade de considerar a segregação dessa modalidade: Para ele, além de não ter se desenvolvido como as demais modalidades, a Geração Compartilhada surgiu apenas em 2016, quatro anos mais tarde do que as demais modalidades de geração distribuída. O CEO da Cemig Sim, Danilo Gusmão, reforçou que a sugestão de separação é uma medida administrativa simples, que requer pouca alteração regulatória, e que oferece um resultado extremamente relevante para catalisar o modelo de Geração Compartilhada no Brasil. O diretor da Mori Energia, Hugo Zanocchi, também ponderou a importância de uma avaliação segregada. Para ele, do pleno entendimento destes conceitos de democratização, vamos depender da evolução do segmento e é preciso garantir que estamos ponderando, da forma correta, as comparações entre os modelos de geração.