A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep) foi a grande vencedora do leilão de transmissão realizado pela Aneel na última quinta-feira, 19 de dezembro. A empresa arrematou três lotes e garantiu uma receita adicional de R$ 75,9 milhões pelo período de contrato de 30 anos. O deságio médio dos três lances ficou em 66%.
Em teleconferência nesta sexta-feira, 20 de dezembro, analistas questionaram a estratégia da companhia. Segundo um analista, é difícil enxergar geração de valor quando se vê um nível de “deságio gigantesco”. “Em teoria, o capex deveria ser mais aderente à realidade”, disse.
O diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Alessandro Gregori Filho, explicou a estratégia da corporação e garantiu tudo ocorreu como o planejado. Os próximos passos são antecipar a conclusão das obras em um ano e buscar redução de capex nos equipamentos das subestações.
“Do ponto de vista de capex, para lotes onde você têm muitas linhas a tendência é ter uma variação do capex mais baixa. Para projetos onde você têm subestação, a tendência é ter economias maiores de capex, principalmente para empresas que têm condições de comprar bem”, disse Gregori Filho.
O certame apresentou grande disputa em todos os 12 lotes e contou com a participação de empresas tradicionais como Neoenergia, EDP, Energisa, Taesa, Equatorial, Cobra, Celg GT, Cemig, State Grid, além de consórcios e empresas de engenharia.
A Cteep garantiu os direitos de construção, operação e manutenção dos lotes 1, 6 e 7, com obras no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso e São Paulo. São 379 km de linhas e 4.291 MVA em capacidade de transformação. As obras deverão ser construídas em um prazo entre 40 meses e 60 meses. As propostas de Cteep apresentaram deságios de 66,85% (lote 1), 68,40% (lote 6) e 65,40% (lote 7).
Após o leilão, Carlos Ribeiro, diretor Técnico e de Relações com Investidores, afirmou: “Quando ganha, a Cteep entrega bem feito. O que fizemos hoje é o que planejamos fazer… Todos esses projetos agregam valor a empresa e ao país.”
Gregori Filho disse que a estratégia utilizada foi focar em alguns lotes e em cima deles “estressar ao máximo os estudos, para quando a gente for apresentar a proposta, de fato, reflita o nosso conhecimento e nossa vantagem competitiva esperada no bide”.
“Essa foi a estratégia que a companhia usou e deu certo para esse leilão. Estamos muito contentes com o resultado e a ideia é manter isso para os futuros leilões”, disse o diretor Financeiro da Cteep em teleconferência.