Relatório da Agência de Classificação de Risco Fitch Ratings indica que a perspectiva para o setor elétrico em 2020 é estável. De acordo com ela, os fundamentos sólidos do setor, aliados a expectativa de crescimento de 2,2% no consumo no ano que vem, com condições satisfatórias de financiamento de projetos. Ainda de acordo com a agência, a alta no consumo deve trazer mais caixa para geradoras e distribuidoras, porém os reservatórios baixos podem trazer volatilidade aos preços e pressões aos fluxos de caixa.
A Fitch também espera que os ratings das empresas do setor fiquem estáveis no ano que vem. Segundo a agência, todas as classificações tinham perspectiva estável, contra 93% no começo do ano. Porém , a busca por novos projetos, fusões e aquisições poderá impactar os ratings. Em 2019, Cemig, Copel e as distribuidoras do grupo Equatorial classificadas pela agência forma elevadas, contra nenhum rebaixamento nos vinte grupos avaliados publicamente pela Fitch. Os elevados ratings do setor de energia refletem a previsibilidade da transmissão, os contratos de venda médio-longo prazo no de geração e o monopólio das distribuidoras em suas áreas de concessão.
A privatização da Eletrobras tem certo destaque no relatório. A aposta da agência é que a venda ocorra em 2020 e que ao menos a maior parte dos recursos da capitalização da seja direcionada ao governo como pagamento de outorga em troca de condições de venda de energia mais favoráveis em seus ativos de geração.
“Com a expectativa de retomada do crescimento econômico no Brasil, o equilíbrio de oferta e demanda de energia será testado, dada a evolução da demanda por energia e a situação dos reservatórios hídricos”, explica Wellington Senter, Analista Sênior da Fitch. Os pontos que deverão ser observados em 2019 são a tendência de desalavancagem mesmo com fortes investimentos no ano; o fortalecimento da geração operacional de caixa; o perfil de liquidez e de vencimento de dívida em patamares adequados aos ratings; e as possíveis alterações regulatórias.
A alavancagem financeira das empresas avaliadas pela Fitch no setor de energia elétrica deve continuar administrável, com a média da relação dívida líquida/EBITDA se reduzindo para menos de três vezes em 2020. Já o caixa deve ser fortalecido e impulsionado, dentre outros, pela entrada em operação de ativos. A liquidez e o perfil de dívida do setor devem se manter adequados O bom acesso do setor a financiamentos e ao mercado de capitais pode permitir manter caixa em patamares próximos a uma a dívida de curto prazo.