O Instituto Senai de Inovação em Sistemas Elétricos (ISI-SE), complexo de laboratórios que teve as obras paralisadas neste ano por falta de recurso, passará por uma reestruturação no modelo de negócio e de governança, com objetivo encontrar uma solução para continuidade da implementação empreendimento, orçado em R$ 438 milhões, dos quais R$ 41 milhões já foram investidos.

Um memorando de entendimento foi celebrado no dia 17 de dezembro entre a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), autorizando a universidade a liderar as iniciativas necessárias para garantir a continuidade do empreendimento, que agora será chamado de Centro Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação para Infraestrutura do Setor Elétrico.

“A gente sabe que essa batalha que foi vencida está longe de representar a garantia de que esse complexo não vai ser destruído”, disse o reitor da Unifei, Dagoberto Alves, em entrevista a Agência CanalEnergia. “No próximo ano, vamos tentar agremiar concessionárias do setor elétrico, assim como empresas e instituições nacionais e estrangeiras na área de ciência e tecnologia para, juntos, garantirmos a continuidade desse maravilhoso e necessário complexo de serviços e de pesquisa”, completou,

O plano de negócio original consta que são responsáveis pelo financiamento da obra a CODEMGE (R$ 32 milhões), a FAPEMIG (R$ 40 milhões), a Aneel (R$ 152 milhões), o BNDES (R$ 198 milhões) e o Senai/CNI (R$ 16 milhões). No entanto, em agosto deste ano, a FIEMG informou que não teria condições de continuar o projeto por falta de recursos, uma vez que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) declinou de investir no empreendimento.

As obras do projeto começaram em 2015 e nenhuma obra aconteceu em 2019. Parte da equipe de engenharia envolvida já foi desmobilizada. O projeto compreende quatro laboratórios, Alta Potência, Alta Tensão, Elevação de Temperatura e de Ensaios Mecânicos.

Segundo o reitor da Unifei, o primeiro passo é revisar o plano de negócio, de tal forma que as empresas do setor elétrico se sintam confortáveis em financiar o projeto, utilizando recursos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). A Unifei pretende visitar as empresas. “O projeto deverá possuir uma figura jurídica própria. A Unifei seria parte de um board de empresas que ajudem a financiar e gerenciar o funcionamento dos laboratórios”, adiantou Alves.

De acordo com o reitor, o complexo permitirá pesquisas em novos processos e materiais para equipamentos elétricos de maior confiabilidade e desempenho, com menor custo para atender os desafios da retomada do desenvolvimento econômico. “Sua existência nos colocaria na vanguarda da pesquisa tecnológica em energia no mundo, pois poucos países contam com infraestrutura similar, integrada ao setor industrial para a realização de testes e pesquisas em equipamentos elétricos e eletrônicos”, completou.