A 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca do Estado de São Paulo autorizou a Renova Energia a contratar um empréstimo de R$ 6,5 milhões junto à sua controladora Cemig, segundo fato relevante divulgado na última sexta-feira, 27 de dezembro. Segundo a Renova, o montante será usado para “suportar as despesas essenciais à manutenção das atividades da companhia e suas controladas.”
A Renova Energia entrou em recuperação judicial em 16 de outubro de 2019. A empresa acumulou uma dívida de R$ 2,5 bilhões, grande parte com bancos. Segundo o Plano de Recuperação Judicial, a ideia é vender os ativos da companhia para quitar parte desse passivo.
A crise da Renova Energia, agora controlada pelo CG I Fundo de investimento em participações multiestratégia e Cemig, ocorreu por dificuldade de caixa na construção do projeto eólico Alto Sertão III. Mesmo diante de sucessivos aportes e adiamentos de contratos de energia realizados por acionistas, os recursos acabaram, sendo consumidos em grande maioria pelos juros e amortizações das dívidas.
Como consequência do atraso do projeto, a empresa tem sido obrigada a cumprir com obrigações de fornecimento de energia por meio de compra de energia no mercado spot. Tal necessidade de compra contribuiu definitivamente para o endividamento da Renova. Apenas em 2018, a despesa com o mercado spot somou R$ 815 milhões.