A geração hidrelétrica abaixo das garantias físicas das usinas pode resultar em perdas de R$ 9 bilhões ao mercado de energia em 2020, segundo estimativas divulgadas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) nesta segunda-feira, 30 de dezembro, durante apresentação do InfoPLD de janeiro.
O cálculo considerou a projeção de ajuste de 81% no Mecanismo de Realocação de Energia (MRE), ou seja, uma produção hidrelétrica 19 pontos percentuais abaixo do necessário para fazer frente às garantias físicas. A GF é um certificado que representa o limite máximo que uma usina pode vender no mercado. O GSF é uma sigla que representa o ajuste do MRE.
Já a projeção do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) médio do Sudeste em 2020, utilizado no cálculo do impacto do GSF, está estimado em R$ 128,88/MWh. Segundo Humberto Alencar, da gerência de preços da CCEE, não foi possível apresentar o impacto separado para o mercado livre e regulado, devido à indisponibilidade das declarações de sazonalização de energia para 2020. Lembrando que o impacto no mercado regulado é suportado por todos os consumidores cativos, por tanto, atendidos pelas distribuidoras
Para 2019, a CCEE estima que o GSF gerou um impacto negativo de R$ 21 bilhões ao mercado de energia, onde R$ 15 bilhões foram alocados no mercado regulado e R$ 6 bilhões no mercado livre.
Alencar explicou que os cálculos realizados pela CCEE consideram a diferença entre a energia alocada no MRE (equivalente ao total de energia produzida) e total de garantia física das hidrelétricas participantes do MRE, valorado pelo PLD, e desconsidera os “hedges” de energia feitos pelos agentes para minimizar os impactos do GSF.
Os reservatórios das hidrelétricas iniciam o ano com os seguintes níveis de armazenamentos máximos: SE/CO (20,2%); Sul (30,4%); Nordeste (37,6%) e Norte (15,2%).