A Eletrobras passou a ter uma subsidiária a menos desde a última quinta-feira, 2 de janeiro. Nesta data foi oficializada a união entre a CGTEE e a Eletrosul, duas empresas que atuavam na região Sul do país e Mato Grosso do Sul. Assim a estatal passou a consolidar a atuação naqueles estados na nova controlada, agora chamada de CGT Eletrosul, com sede em Florianópolis (SC). Agora, além da nova empresa, a holding possui Furnas no Sudeste e Centro Oeste, Chesf no Nordeste e Eletronorte na região Norte. Com a mudança, informou a empresa em comunicado enviado, a meta agora é de retomar os investimentos em todas as áreas de negócio, bem como ganhos de escala na comercialização de energia.
Segundo apurou a reportagem da Agência CanalEnergia a nova subsidiária já se encontra em fase operacional. Não há mais nenhuma instância de aprovação ou de trâmite burocrático a ser completado para oficializar a nova companhia que tem seis diretorias executivas e 1.300 trabalhadores.
O cargo de diretor presidente é ocupado por Antonio Carlos Nascimento Krieger. E ainda, Jorge Mendes o diretor Administrativo, Tomé Gregório o diretor Financeiro, Marcos Benedetti o diretor de Engenharia, Jorge Andriguetto o diretor de Geração Térmica e Ildo Grüdtner o diretor de Operação.
O ato final ocorreu no primeiro dia útil do ano com a realização da Assembleia Geral Extraordinária dos acionistas de ambas empresas onde aprovaram a unificação. A meta, segundo o comunicado da CGT Eletrosul, é de obter sinergia operacional, tributária, econômico-financeira e societária. Contudo, a companhia ainda não se pronunciou para indicar o ganho potencial que essa unificação poderá trazer.
Krieger é o presidente da CGT Eletrosul
A empresa aglutinará os ativos de geração e transmissão das duas companhias que somam mais 2 GW de potência instalada, sendo formado por empreendimentos de geração hidráulica, com participações societárias de 20% na UHE Jirau (3.750 MW, RO) e 24,7% em Teles Pires (1.820 MW, MT/PA), bem como centrais de geração térmica, eólica e solar. No segmento de transmissão, são 12 mil km de linhas, 46 subestações e 31 mil MVA de capacidade de transformação.
Em declaração oficial no comunicado da formação da nova subsidiária, o presidente da Eletrobras Wilson Ferreira Júnior apontou que “a unificação de operações da Eletrosul e da CGTEE tem grande relevância para o grupo.” E ainda, “essa é uma importante iniciativa presente em nosso Plano Diretor de Negócios e Gestão, na perspectiva da diretriz estratégica ‘Excelência Operacional’. A medida, com foco na sinergia societária de controladas regionais, proporcionará ganhos de eficiência e otimização de resultados para as empresas Eletrobras.”
Processo de unificação
Com base em estudos econômicos, a reestruturação societária entre as subsidiárias foi anunciada pelo Conselho de Administração da Eletrobras e comunicada formalmente ao mercado ainda no final de setembro de 2017. O plano foi ratificado no PDNG de 2019 a 2023.
Em 30 de agosto do ano passado, a Eletrobras comunicou ao mercado que as AGEs para incorporação da Eletrosul pela CGTEE haviam sido suspensas em razão de decisão liminar expedida pela Justiça Federal. Essa decisão foi liminar foi revogada em 29 de novembro, o que possibilitou a continuidade do processo.
Apesar da decisão judicial de 2019, a Eletrobras lembrou que desde 2017, quando foi tomada a decisão de centralização, as empresas vinham trabalhando para executar todos os procedimentos necessários para a medida. Foram ações nos âmbitos interno e externo, perante órgãos governamentais, regulatórios, credores e demais agentes envolvidos.

Dentre as medidas estão a reforma e modernização da UTE Candiota III (Fase C), com 350 MW e que está localizada no Rio Grande do Sul. A usina voltou a gerar energia em março do ano passado. A Eletrobras também capitalizou a dívida que a CGTEE detinha junto à holding até antes da reforma, no valor de R$ 4,7 bilhões.

E ainda foi finalizado o processo de implantação do Centro de Serviços Compartilhados (CSC), em que as operações da Eletrobras na região integram a Unidade Sul, além da adoção do sistema ERP SAP, possibilitando padronização e automatização de atividades e informações, assim como a integração de áreas e recursos. O resultado, apontou, será a redução de custos e um ganho de produtividade, mas sem estimar o volume dessa redução.