O investimento em capacidade de energia renovável no mundo alcançou US$ 282,2 bilhões no ano passado, esse montante representa um crescimento modesto de 1% quando comparado com os US$ 280,2 bilhões de 2018. Segundo levantamento feito pela BloombergNEF, o maior mercado do mundo, a China, ajudou na desaceleração ao cair 8%, para US$ 83,4 bilhões. Na contramão, o segundo maior, Estados Unidos, atingiu um novo recorde, com US$ 55,5 bilhões, crescimento de 28% sobre os dados reportados um ano antes.
Segundo a pesquisa, o aumento dos financiamentos eólicos offshore ao final do ano elevou o investimento em capacidade nesse setor para US$ 29,9 bilhões, expansão de 19%. Esse volume representa ainda US$ 2 bilhões a mais do que recorde anterior, de 2016. Entre os projetos offshore que atingiram o fechamento financeiro no quarto trimestre, foram os 432 MW na costa escocesa, um aporte de US$ 3,4 bilhões, e ainda, o projeto Formosa II Miaoli, de 376 MW, de Taiwan, que deverá consumir US$ 2 bilhões. Mas os maiores foram a instalação de 500 MW de Fuzhou Changle C, no mar da China Oriental, por US$ 1,5 bilhão e o primeiro dos projetos eólicos marítimos da França a ser financiado, o Saint Nazaire de 480 MW com aportes de US$ 2,5 bilhões.
Tom Harries, chefe de pesquisa eólica do BNEF, explicou que os desenvolvedores de energia eólica offshore na China anteciparam 15 projetos para vencer o vencimento programado da tarifa feed-in por lá. E ainda, que espera a continuidade do impulso global do setor em 2020, com foco em projetos em escala de gigawatt no Mar do Norte britânico e nos primeiros arranjos comerciais na costa leste dos EUA.
A BNEF aponta que olhando para os números gerais de investimento em renovável para 2019, a energia eólica liderou os aportes com US$ 138,2 bilhões em todo o mundo, um aumento de 6%. A solar ficou logo atrás, em US$ 131,1 bilhões, queda de 3%. “A queda dos custos de capital em energia eólica e solar significou que os dois combinados provavelmente viram cerca de 180 gigawatts adicionados no ano passado, um aumento de 20 GW ante o comparado a 2018.”
A biomassa e o waste-to-energy registraram US$ 9,7 bilhões em investimentos em capacidade em 2019, um aumento de 9%. Geotérmica registrou US$ 1 bilhão, queda de 56%. Os biocombustíveis caíram 43%, estimados em US$ 500 milhões, e as pequenas hidrelétricas 3% menores, em US$ 1,7 bilhão.
Separando os valores por país, a China foi novamente o maior investidor em energias renováveis, com US$ 83,4 bilhões em 2019, mas caiu 8% em 2018, o menor desde 2013. Houve um aumento de 10% no investimento eólico para US$ 55 bilhões, mas a solar caiu 33% para US$ 25,7 bilhões, menos de um terço do crescimento alcançado em 2017.
Os EUA foram o segundo maior país investidor em capacidade de energia renovável com US$ 55,5 bilhões. A Europa investiu US$ 54,3 bilhões, queda de 7%. A Espanha liderou com US$ 8,4 bilhões, um aumento de 25% em 2018 e o maior valor anual para esse país desde 2011. Por sua vez, o Reino Unido investiu US$ 5,3 bilhões, uma queda de 40% e o menor desde 2007.
Na América Latina, o Brasil aumentou o investimento em capacidade de energia renovável em 74% para US$ 6,5 bilhões no ano passado, enquanto o México comprometeu US$ 4,3 bilhões, um aumento de 17%, e o Chile, US$ 4,9 bilhões, quatro vezes a mais do que no período anterior.