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A Perfin, gestora com mais de R$ 12 bilhões em ativos, iniciou nesta segunda-feira, 20 de janeiro, as negociações do maior fundo de infraestrutura do Brasil na B3. A estreia do fundo Perfin Apollo Energia (FIP-IE) movimentou cerca de R$ 1 bilhão e atraiu mais de 4 mil investidores pessoa física. A demanda por cotas do fundo alcançou R$ 3 bilhões, atingindo o preço teto para as cotas com taxa de retorno estimada de IPCA + 5,75% ao ano. Os investidores institucionais foram responsáveis por 10% da oferta, enquanto os investidores de varejo responderam pelos 90% restantes da captação.
Em entrevista à Agência CanalEnergia, Ralph Rosenberg, sócio fundador da Perfin, explicou que o novo FIP consiste da união de seis fundos de ativos de transmissão de energia elétrica, os quais a Perfin constituiu em parceria com a Alupar entre 2016 e 2017, no segmento de sistemas de transmissão. Um desses ativos já está em operação, quatro serão energizados nos próximos 9 meses e último será entregue em 2021. Esses empreendimentos estão localizados na Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso.
Com o novo fundo, a estratégia da Perfin visou tanto aumentar a liquidez atraindo novos investidores qualificados, bem como buscou dar a oportunidade para que os cotistas antigos (com um apetite de risco maior) reciclassem o seu capital. Rosemberg explica que ativos greenfield e em operação têm riscos diferentes e atraem diferentes perfis de investidores.
“A ideia foi criar um veículo no qual os investidores de grande porte pudessem diminuir sua exposição ao passo que os ativos vão ficando prontos”, disse o executivo. Por outro lado, a oferta de empreendimentos de energia em operação atrai investidores de menor porte para o setor elétrico, principalmente aqueles que buscam rentabilidades maiores do que a renda fixa, com a vantagem adicional de ter a isenção de Imposto de Renda ao receber o dividendo dos fundos de infraestrutura.
O fundo Perfin Apollo Energia (FIP-IE) nasce com um valor de mercado de R$ 1,5 bilhão. Desse total, cerca de R$ 850 milhões foram objeto de oferta secundária e R$ 150 milhões da oferta primária, cujo recurso será usado para pagar a remuneração do investimento e o capex remanescente. Houve ainda 35% dos investidores antigos que converteram suas cotas antigas no novo fundo, representando cerca de R$ 500 milhões.
“Os ativos de transmissão que compõem esses fundos estão atrelados a concessões de 30 anos, com receitas indexadas à inflação. Isso nos dará maior previsibilidade financeira para um cenário de longo prazo, proporcionando perenidade da gestora e possibilidade de seguirmos investindo de maneira robusta no país”, destacou o sócio fundador da Perfin.
Além de linhas de transmissão, o fundo poderá no futuro incorporar ativos de geração renovável (centralizada e distribuída) até o limite de 30% dos ativos. Segundo Rosenberg, o fundo Perfin Apollo Energia (FIP-IE) só terá ativos operacionais, mas a gestora está atenta a oportunidades nos segmentos de geração centralizada, distribuída e nos próximos leilões de linhas de transmissão.
“O mercado de FIPs tem grande potencial para os próximos anos. O cenário macroeconômico favorável e o advento das plataformas digitais, como o BTG Pactual digital, favorecem muito emissões como essa”, disse, em nota, o sócio do BTG Pactual e chefe do mercado de capitais de renda fixa, Daniel Vaz. O banco foi coordenador líder da oferta, cujas cotas foram distribuídas pela plataforma e escritórios de agentes autônomos contratados pelo banco. O Safra, Itaú BBA e Credit Suisse foram os outros coordenadores da oferta.