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São Paulo, que é o maior mercado consumidor e que possui a maior frota de veículos no país, deverá ser o ponto de partida para os planos de mobilidade elétrica que Enel X guarda para o Brasil. A empresa do grupo italiano Enel para serviços e soluções em energia estuda o estado – onde o grupo já atua na distribuição com a Enel São Paulo (antiga Eletropaulo), na capital e região metropolitana.

No Chile, a Enel X anunciou a implantação de uma rota com mais de mil pontos de recargas elétrica pelo país. De acordo com o CEO global da empresa, Francesco Venturini, ainda não é possível fazer um projeto nacional assim no Brasil pelo seu tamanho, mas que no primeiro momento de estudo para rede de recarga, as atenções estão voltadas para o estado. “São Paulo será o nosso foco. Precisamos ser mais seletivos em entender onde conseguiremos fazer certas coisas. A eletromobilidade no Brasil é apenas uma questão de tempo, já estamos investindo no tema em São Paulo e concebendo qual será o próximo passo”, afirma.

A empresa vem liderando na região esforços para derrubar mitos sobre os veículos elétricos, como o arranjo econômico, a infraestrutura e autonomia dos carros. Na capital chilena Santiago, onde em 2040 toda a frota pública de ônibus já estará eletrificada, mais de 200 foram fornecidos pela Enel X. “Estamos felizes de estar liderando esse processo na América Latina. Vamos ser capazes de fazer mais no futuro”, explica Simone Tripepi, executivo chefe para a América Latina da Enel X. De acordo com ele, a experiência inicial da eletromobilidade permitiu que passageiros usassem de graça veículos silenciosos, refrigerados e com internet Wi-Fi. “Isso criou o contexto para que os agentes públicos entendessem que a tecnologia estava lá, sem problema e era economicamente viável”, lembra ele.


Garagem da Metbus em Santiago: ônibus elétricos abastecidos pela Enel X

Tripepi vê hoje na área do transporte público o Chile como o país mais desenvolvido da América Latina. Segundo ele, no futuro vai ser a vez da Colômbia também deslanchar nessa área. Porém nos veículos particulares, ele coloca o Brasil na dianteira por já ter milhares de veículos elétricos, enquanto nos demais países da região o número ainda é baixo. O executivo também acredita na interação dos setores público e privado para o êxito da mobilidade elétrica.

Enquanto o agente privado aporta investimento, tecnologia e conhecimento, ele precisa do agente público em pontos como a garantia do retorno e a padronização de processos. “Se tiver isso do setor público, vamos ter interesse privado. Essa receita dá certo”, avalia. O modelo de negócio adotado no Chile foi apresentado em conferência internacional de transporte público em Estocolmo, na Suécia.

A Enel X acredita em um grande potencial dos veículos elétricos no Brasil. O aspecto da matriz energética renovável e da sustentabilidade trazidos pela eletromobilidade são pontos que devem auxiliar na massificação do tema. De acordo com Paulo Maisonnave, responsável pela oferta de mobilidade elétrica da empresa na América Latina, o desafio hoje no país é quebrar os paradigmas e fazer com que todos conheçam e vejam as vantagens do carro elétrico, de modo que ela seja um consenso como solução de mobilidade. “O desafio é a comunicação, explicar os benefícios e a economia relacionada”, salienta. Segundo ele, o Brasil tem 60 milhões de carros a combustão e apenas 3.500 elétricos plug-in, número considerado baixo. O olhar para São Paulo aparece quando ele cita que na capital paulista há 15 mil ônibus e que a conversão de uma parte dessa frota em elétrica traria benefícios para a população, como a redução da poluição, menos barulho e mais conforto nas viagens.

Para o executivo, as montadoras já entenderam a importância da mobilidade elétrica e já se preparam para isso, com algumas em ritmo mais intenso que as outras, ofertando seus veículos elétricos. Ao cliente, a terceira parte interessada nesse processo, cabe aguardar para que mais ofertas de veículos elétricos apareçam. “Em 2020, vai se ouvir muito falar de mobilidade elétrica pela chegada de novas marcas e ofertas um pouco mais em conta”, observa. hoje os modelos elétricos são bem mais caros que os convencionais. Estudos sinalizam que em 2025 os preços dos carros movidos a eletricidade estarão equiparados com os tradicionais, a combustão.

A forte presença na economia do petróleo e do gás na economia do Brasil não é considerada um impeditivo para Maisonnave. Para ele, não há competição da elétrica com a combustão e sim da mobilidade como um todo, que com patinetes e bicicletas está passando por mudanças.

* O repórter viajou a convite da Enel Brasil