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O Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE) registrou cerca de R$ 37 bilhões negociados na plataforma em 2019, queda de 9,76% se comparado com o volume financeiro de R$ 41 bilhões em 2018. Foram transacionados 162 mil GWh contra R$ 168 mil GWh, respectivamente. O desempenho reflete as turbulências vivenciadas pelo mercado de energia no primeiro semestre do ano passado, quando a disparada no Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) surpreendeu algumas empresas que acabaram não honrando com seus compromissos contratuais – que estima-se estar na casa de R$ 200 milhões.
Por conta disso, duas comercializadoras (FDR Energia e Linkx) foram desligadas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Agora há outras sete sob operação assistida na câmara. São elas Rio Alto, 3G Energia, Lumen, Kyon, Vega Energy, Bio Energias e Innovat.
Para o presidente da BBCE, Carlos Ratto, o mercado de energia se mostrou bastante resiliente apesar de tudo o que aconteceu. “O ano de 2019 foi de grande aprendizado para o mercado de energia, mostrando que existem riscos – que não são pequenos, mas são passivos de serem gerenciados. Por um lado, o valor financeiro ter sido pequeno em relação ao total foi bom porque não afetou o mercado, mas trouxe uma necessidade de melhora nos controles, na avaliação de créditos. Muitas casas aproveitaram para revisar seus limites e suas posições… “, comentou o executivo.
A BBCE aguarda autorização da Comissão de Valores Imobiliários (CVM) para iniciar a negociação de derivativos de energia elétrica neste ano. A previsão é que a autarquia se manifeste até o início de abril. Quando o aval for concedido, a plataforma disponibilizará uma versão de teste para que o mercado se familiarize com o sistema de derivativos da BBCE. Nesse projeto, foram investidos R$ 5 milhões. Ratto disse que a empresa, que conta com 35 acionistas, tem “folga financeira para investir” e neste ano deve quadruplicar o investimento feito em 2019.
Recentemente a BBCE contratou executiva Daniela Faloppa para a diretoria de Tecnologia. Segundo Ratto, a plataforma precisava de alguém “forte” para liderar essa área, que tivesse não só experiência, mas também uma visão de futuro. O executivo ponderou que a BBCE busca ter uma governança “forte”, mas ao mesmo tempo ser uma empresa dinâmica, com um olhar para o que está acontecendo no mercado, fazendo parcerias com startups para poder identificar as melhores tecnologias.
“Desde a minha chegada em maio de 2019 estamos construindo uma empresa maior e com mais responsabilidades. O objetivo é se tornar um empresa autorizada pela CVM para poder negociar os derivativos de energia, criar esse mercado e oferecer para o setor. A Daniela vem nesse momento, com experiência muito grande em governança e processo de TI, liderando em várias instituições financeiras a chamada transformação digital”, disse o executivo.