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O Ministério de Minas e Energia trabalha com boas expectativas em relação ao impacto dos leilões programados para 2020 sobre os custos futuros da energia elétrica no país, especialmente os certames A-4 e A-5, de 30 de abril. Para esses dois leilões, especificamente, a estimativa é de que sejam contratados de 2 mil a 3 mil MW de projetos de geração existentes e novos com Custo Variável Unitário limitado a R$ 300/MWh, para a substituição de contratos de usinas a carvão, a gás, a óleo diesel e a óleo combustível com vencimento a partir de 2023. Entre esses projetos, existem térmicas com custo superior a R$ 1 mil/MWh.
Para a secretária executiva do MME, Marisete Dadald Pereira, é possível obter redução de custos bastante expressiva nos dois certames, que são direcionados a térmicas a gás natural e a carvão mineral nacional. “Só para você ter uma ideia, no leilão A-6 a gente contratou uma usina a gás com CVU a R$ 176 ou R$ 178/MWh” , comparou a secretária, usando como exemplo a UTE a gás Barcarena, contratada no certame do ano passado.
“Se esse leilão agora de 30 de abril tiver um desempenho como teve esse A-6, certamente a gente vai poder oferecer para o consumidor uma energia a um menor preço, obviamente, e, sob o ponto de vista ambiental, vai contribuir com a redução da emissão de gases de efeito estufa”,disse à Agência CanalEnergia. Foram cadastrados nos certames 87 projetos únicos, dos quais 76 para participação no A-4 e 82 no A-5, com uma total de 40 GW de oferta.
Energia nova
Quase um mês depois do leilão exclusivo para as térmicas, será a vez do Leilão de Energia Nova A-4, marcado para 28 de maio. Ele é considerado um leilão marginal, por ter como objetivo complementar a demanda daquilo que as distribuidoras declararam no A-6 do ano passado.
A despeito dessa peculiaridade, há grandes expectativas em relação ao resultado, diante de “uma oferta fenomenal de projetos”, avalia a secretária. “Ele é um leilão que tem uma característica de contratar fontes renováveis. Portanto, é um leilão, sob o ponto de vista ambiental, bastante interessante.”
O A-4 é destinado à contratação de novos empreendimentos de geração de fontes hídrica, eólica, solar fotovoltaica e termelétrica a biomassa, com início de suprimento em janeiro de 2024. Existem 1.528 projetos inscritos na Empresa de Pesquisa Energética, com 51,4 mil MW de potência instalada.
Nos leilões de energia nova, a demanda maior é esperada para o A-6, previsto para setembro. A explicação é que ele reflete a expectativa de crescimento de mercado, com o aumento de consumo de 3% a 4%, projetado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico. “Como haverá esse aumento de consumo, certamente isso vai estar refletido na expansão e na demanda das distribuidoras. Portanto, nós temos uma boa expectativa de contratar um volume razoável de energia”, afirmou Marisete Pereira.
Em sua avaliação, a segurança regulatória e os instrumentos de contratação de energia tem sido capazes de atrair um número crescente de investidores para o setor elétrico ao longo dos anos. Há outro componente importante, que é a redução expressiva no preço da energia negociada a cada nova disputa. “Você tem mudanças tecnológicas e essa competição, que é bastante relevante nesses leilões que a gente vem realizando”, acrescentou a secretária.