Apesar do crescente movimento de eletrificação, veículos 100% elétricos – movidos a bateria – representaram 3% de todas as vendas e representaram apenas 0,5% de todos os veículos em circulação em 2019. Embora a participação de mercado do setor seja pequena, a consultoria Wood Mackenzie afirma que espera que a década seja marcada por crescimento nessa modalidade de veículos.
O cenário base elaborado pela empresa prevê aumento da participação no mercado global desses veículos dos 3% em 2019 para 14% até o final da década. No mesmo período, a participação de híbridos completos aumentará de 4% para 9%, enquanto a penetração de veículos a gasolina deverá cair de 79% para 66%.
Com isso, a demanda por produtos petrolíferos globais cairá 1 milhão de barris por dia apenas com o impacto do crescimento das vendas dos VEs. Também espera-se que as baterias automotivas constituam a maior parte da demanda global de metais, incluindo lítio (69%) e cobalto (46%). Esse mercado deverá gerar a necessidade de infraestrutura de carregamento que criará novas indústrias para a instalação e manutenção de estações de carregamento.
De acordo com Wood Mackenzie, a densidade de energia das baterias de íon-lítio deve aumentar em uma faixa que varia de 25% a 35%, dependendo da química específica usada na próxima década. Isso antes de considerar as tecnologias da próxima geração, como baterias de estado sólido e lítio-enxofre. Para a consultoria, o aumento na eficiência do veículo com essas mudanças, combinado com a redução projetada nos custos de embalagens, levará a um declínio acentuado no preço desses veículos no ponto de venda.
Ainda no ano passado, um dos cientistas premiados pela The Global Energy Association, Khalil Amine, já havia indicado essa possibilidade. Ele vem desenvolvendo uma nova bateria para veículos elétricos com potencial teórico de aumentar a densidade energética em até cinco vezes, o que em suas palavras significaria o fim dos veículos a motores a combustão.
De acordo com a Wood Mackenzie, uma combinação de densidade de energia significativamente melhorada e uma rede de estações públicas de carregamento rápido de alta capacidade tem o potencial de catapultar a adoção do veículos dos 14% projetados para 30% a 40%.