A Itaipu Binacional avalia aumentar o seu reservatório em um metro, passaria da cota 220,5 para 221,5 metros. A medida ainda está em avaliação pela área ambiental da usina e uma decisão deverá ser tomada até o segundo semestre para verificar a viabilidade dessa medida. A questão que está sendo analisada no momento é o volume de terras que seriam alagadas com a elevação do nível do lago.
De acordo com o Celso Torino, diretor técnico executivo, esse aumento não afetaria moradores ou comunidades no entorno do lago. Ele comentou que essa água adicional chegaria apenas a áreas da própria usina e o estudo que está sendo feito é se alcançaria vegetação que beira o reservatório e se isso traria algum problema ambiental.
Na parte estrutural para essa elevação não há problemas, não seriam necessárias obras adicionais, pois as barragens, tanto a de terra quando a de concreto, já foram projetadas para alcançar uma altura de até 225 metros. A única intervenção necessária seria a elevação da altura das comportas para evitar que a água que seja agitada por um vento muito forte no lago e, eventualmente, passe por cima desses dispositivos.
“Estruturalmente essa é a única intervenção que precisaríamos fazer, caso a decisão seja tomada, mas ela ainda está em avaliação”, reforçou Torino a jornalistas.
Esse aumento do reservatório traria algum ganho de eficiência para a usina que poderia produzir mais energia ao se tornar mais eficiente. No ano passado Itaipu registrou um índice de eficiência de 97% e poderia chegar a até 99%, calculou ele. Em termos de volume de energia ele não apontou qual seria o tamanho desse benefício, mas que seria importante quando se pensa na chamada Itaipu Incremental, formado pelos rios Tibagi, Piquiri e Ivaí que segundo as contas do executivo, representam 30% do volume de água que forma o reservatório da usina localizada no rio Paraná.
Ele lembrou ainda que em anos de El Niño os ganhos seriam maiores devido ao regime de chuvas que afeta o sul. Como esses três rios citados não possuem capacidade de regularização como os demais que levam água para Itaipu, se tornam mais ‘nervosos’, o que pode aumentar o potencial de geração.
* O repórter viajou a convite de Itaipu Binacional