O processo de atualização tecnológica da UHE Itaipu (Brasil/Paraguai, 14.000 MW) deverá ter os primeiros trabalhos iniciados pelo consórcio vencedor ainda este ano. A estimativa é de que os lances sejam apresentados no final deste semestre e o vencedor, dentre os quatro grupos que estão na disputa, comece os trabalhos pela elaboração do projeto executivo.
De acordo com o diretor técnico executivo, Celso Torino, essa fase deverá ter duração de cerca de dois anos. Assim, em 2023 é que os trabalhos de campo deverão começar. Essa fase atuará nos controles centralizados onde a usina receberá equipamentos e comunicação digitalizada.
“Essa fase dura cerca de dois anos e aí começam os trabalhos nas primeiras unidades de geração, isso deverá começar em 2025, serão duas por ano até alcançarmos as 20 UGs que temos”, explicou ele.
No geral o trabalho está centrado nos sistemas de controle, proteção, supervisão, regulação, excitação e monitoramento das unidades e subestações, como controladores, sistemas e sensores, entre outros que estão espalhados por vários quilômetros ao longo da casa de força, barragem e vertedouro.
São quatro os consórcios habilitados para essa fase da concorrência internacional. Em dezembro de 2019 foi assinado o documento que autoriza a emissão do edital de licitação da atualização da usina. O valor total do contrato é estimado em algo entre US$ 660 milhões e US$ 700 milhões.
Por se tratar de um volume muito grande de trabalho, e de uma variedade de diferentes necessidades, decidiu-se dividir o projeto em três lotes. Para o Lote I, responsável pelo fornecimento de sistemas, equipamentos, materiais e serviços para as unidades geradoras, estão habilitadas três empresas, sendo elas o Consórcio para Atualização Tecnológica de Itaipu (CATI), integrado pela Voith Hydro, Siemens e Tractebel; Consórcio GE formado pela GE Hydro e GE Grid; Consórcio Andritz-ABB, integrado pelas empresas Andritz Hydro e ABB.
Para o Lote II, responsável pelo fornecimento de materiais e equipamentos para os serviços auxiliares gerais, estão habilitadas quatro empresas, sendo elas o Consórcio Alto Paraná; Concret Mix S.A.; Tecnoedil S.A. e Consórcio Proel-Ingelmec.
Para o Lote III, responsável pelos serviços de desmontagem e montagem eletromecânica correspondente a todos os sistemas e equipamentos fornecidos para os Lotes I e II, estão habilitadas duas empresas: a Rieder & CIA e o Consorcio de Ingeniería CIE S.A.
Iniciar esse processo agora visa deixar a usina que está em um momento de alta eficiência, pronta para manter seu alto nível de geração. No ano passado a usina alcançou uma relação de 1,08 MW por metro cúbico por segundo que passou por suas unidades de geração. Além disso, o fator de indisponibilidade forçada, aquele em que há algum problema na usina, ficou em 0,1% do tempo, o melhor resultado nos 36 anos de operação.
Depois desse processo em mais cerca de 20 anos, estimou Torino, a perspectiva é de que a usina passe a necessitar de atualizações na sua parte mecânica que terá completado quase 60 anos de operação.
* O repórter viajou a convite da Itaipu Binacional