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O plano do empresário José Antunes Sobrinho para reerguer a construtura Engevix, agora rebatizada de Nova Engevix, começa pela indústria de geração de energia elétrica, uma vez que o mercado de construção civil ainda não se recuperou da crise. A companhia, que no seu auge já faturou R$ 3 bilhões por ano, passou os últimos quatro anos vendendo ativos para saldar dívidas depois que o negócio foi impactado pela operação Lava Jato. Agora, sem os sócios Gerson Almada e Cristiano Kok, Antunes quer reconstruir a empresa que fundou há mais de 20 anos.
“Energia está no nosso DNA. Estivemos envolvidos em mais de 60% da geração brasileira”, disse orgulhoso o executivo ao receber à Agência CanalEnergia em seu escritório em Barueri, em São Paulo. O primeiro passo é concluir a obra da hidrelétrica de São Roque (SC- 141,9 MW), paralisada há 3 anos por falta de recursos. “Encontramos uma solução que não gera nenhuma perda para o BNDES”, garantiu o executivo.
Adicionalmente, a Nova Engevix tem um plano de investimentos em novos empreendimentos de geração de energia renovável, que consiste em uma carteira de projetos – em diferentes fases de desenvolvimento – que somam cerca de 1,7 GW de capacidade.
Em novembro, a Nova Participações, holding controladora da Nova Engevix Engenharia e da Nova Engevix Construções, assinou um acordo de leniência com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) que viabiliza a tomada de crédito no mercado.
Dinheiro Europeu
A hidrelétrica de São Roque comercializou no último leilão de energia A-6 de 2019 cerca de 60 MW médios (2/3 da energia vendável do projeto), em um contrato de 30 anos, com início de suprimento em janeiro de 2025. No entanto, usina está com 80% da obra executada e pode ser concluída em 18 meses. A antecipação da operação para o final de 2022 permitirá a Nova Engevix comercializar cerca de 81 MW médios no mercado livre entre 2023 e 2025. Quando iniciar o contrato no mercado regulado, uma fatia de 21 MW médios continuará sendo negociada no ACL.
Antunes disse que pretende retomar a obra até abril deste ano, condicionada ao sucesso de uma emissão de debêntures que está sendo coordenada pelo banco de investimento norueguês Arctic Securities. “Os noruegueses estão negociando com os brokers um total de US$ 90 milhões em debêntures.”
Paralelamente, a companhia renegocia com o BNDES e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) uma dívida de R$ 560 milhões a valores de março de 2019. “O que fizemos com os bancos é escalonar a dívida. No momento que terminar o projeto, eles têm uma ativo que podem executar e vender”, explicou Antunes, que não pretende iniciar novos investimentos até terminar São Roque. Cerca de R$ 240 milhões já foram investidos em São Roque a valores históricos.
“Projeto está bem estruturado. Esse é o nosso recomeço”, afirmou o executivo. “Se Deus quiser vamos criar uma nova empresa de energia, a Desenvix 2. Vamos entrar forte no setor elétrico”, concluiu o executivo se referindo a empresa de geração de energia vendida para Statkraft em 2015.