Mesmo após registrar um lucro líquido de R$ 1,2 bilhão e fechar 2019 com R$ 741 milhões em caixa, a Cesp ainda não tem planos para voltar a investir em novos projetos em 2020, disse Mario Bertoncini, presidente e diretor de relações com investidores da companhia.
Em teleconferência nesta terça-feira, 18 de fevereiro, o executivo disse que o plano de negócios não prevê crescimento nesses primeiros anos e que o foco da nova gestão é “desmontar” o passivo contencioso de R$ 11,4 bilhões herdado da antiga administração. “O desmonte disso é o nosso principal foco de alocação de capital”, afirmou Bertoncini.
UHE Porto Primavera, maior ativo da Cesp
A maior parte desse passivo judicial são ações ambientais e ações movidas por funcionários. Apenas 45 ações representam 78% do contencioso total. Bertoncini disse que a redução desse passivo é “estratégico” e que de uma forma “criteriosa” a empresa continua aberta a negociação com as partes. “Uma das nossas prioridades é diminuir isso ao longo desse ano”, reforçou.
Por outro lado, a empresa segue discutindo judicialmente a indenização da hidrelétrica de Três Irmãos. Com o fim da concessão e a relicitação da usina, a Cesp alega ter direito a receber R$ 4,7 bilhões em indenização do governo, porém a União reconhece apenas R$ 1,7 bilhão. O processo se arrasta desde meados de 2014 e agora encontra-se na fase final de produção de provas.Bertoncini garante que o processo não está parado, apesar de não ter havido avanço relevante no último trimestre.
Em 2018, a Votorantim Energia e o fundo canadense CPPIB arremataram juntas o controle acionário da Cesp. As empresas pagaram R$ 1,7 bilhão por 40,6% das ações que pertenciam ao governo do Estado de São Paulo, operação que marcou a privatização da companhia. Atualmente, a Cesp opera e explora três hidrelétricas que somam 1.654,6 MW de capacidade instalada e 947,6 MW médios de garantia física de energia.