A Cemig informou que realizou a abertura parcial das comportas da Hidrelétrica de Três Marias na tarde desta sexta-feira, 28 de fevereiro. A medida acontece em função das fortes chuvas registradas durante o período de carnaval e previstas para toda a primeira quinzena de março, o que tende a elevar os níveis do reservatório ao limite de armazenamento, quando seria obrigatório o repasse de toda a água recebida pela barragem, causando transtornos e inundações para as comunidades ribeirinhas.

Segundo a concessionária mineira, a operação deverá ser mantida pelos próximos 15 dias. A gestão da capacidade de armazenamento da usina, localizada no Rio São Francisco, vem sendo feita pela companhia em conjunto com a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), além da contribuição de todos os agentes representantes dos estados e usuários da bacia hidrográfica.

Desde o último dia 18 de fevereiro a vazão da UHE já vinha sendo aumentada gradualmente por meio da geração de energia, chegando a 670 m³/s na última quinta-feira (27). Atualmente, o reservatório apresenta um armazenamento de 88,6%, porém vale ressaltar que a hidrelétrica têm evitado eventos críticos para as populações do Rio São Francisco, utilizando sua capacidade de “segurar” volumes muito superiores aos que está liberando.

Durante as fortes chuvas do final de janeiro deste ano, por exemplo, a vazão máxima do São Francisco, registrada nos municípios de Pirapora e Buritizeiro, Norte de Minas, atingiu 2.000 m³/s no dia 26 de janeiro. O aumento foi provocado, de forma quase exclusiva, pela chuva que atingiu a região, entre a barragem e ambas cidades. No mesmo dia, o reservatório de Três Marias liberou apenas 300 m3/s, ou seja, menos de 6% de quase 5.000 m³/s que recebia, o que evitou que as cidades a jusante da usina sofressem efeitos graves de inundação à época.

Nesta sexta-feira, o vertimento máximo pelas comportas será de 840 m³/s. Somado à vazão que passa pelas máquinas de geração, totaliza cerca de 1.500 m³/s. Historicamente, tal defluência nunca causou nenhum problema de inundação para as regiões a jusante da hidrelétrica.