O Relatório de Impacto Ambiental do Parque Eólico Offshore Caucaia, no Ceará, será apresentado à comunidade local no próximo dia 11 de março, em audiência pública promovida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. O Rima resume as conclusões dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) do empreendimento e é necessário ao licenciamento ambiental.
O projeto da empresa BI Energia prevê a instalação de 48 aerogeradores em mar aberto e 11 na área costeira com potência total de 598 MW, suficiente para suprir até 30% do consumo residencial de energia elétrica do estado. O documento afirma que o parque eólico é “bem concebido em termos técnicos, econômicos e ambientais” e viável para implantação. Ele mostra que dos 283 impactos identificados na área de influência do projeto 169 (59,72%) são positivos e 114 (40,28%) negativos.
Os efeitos adversos serão observados principalmente na fase de implantação do empreendimento, com destaque para impactos de pequena magnitude e média duração. Já os positivos ocorrerão no meio socioeconômico, com impacto sobre emprego, renda, crescimento do comércio, mais arrecadação de tributos, valorização e recuperação paisagística e produção de energia elétrica renovável.
O parque eólico ficará localizado em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, a 32 km do Porto do Pecém. De acordo com o Rima, ele apresenta desafios de gestão industrial e ambiental, mas tem pontos fortes, como as obras de contenção da erosão na costa. O projeto prevê a construção de 11 molhes, que devem favorecer a fixação da faixa de praia e criar condições para a criação de áreas de desenvolvimento econômico, científico e tecnológico na região, segundo o documento.
São apontados também benefícios ambientais da implantação das estruturas de fixação dos aerogeradores offshore. Elas trariam instabilidade geológica momentânea na etapa de instalação, mas serviriam de defesa para o fundo marinho e de berçário para o desenvolvimento de espécies aquáticas.
No geral, diz o relatório, as características físicas da área de influência do parque serão preservadas. O nível de ruído das turbinas é baixo, em torno de 45 a 50 decibéis a uma distância de cerca de 170 metros do rotor, o que não deve afetar a população.
A interferência do comportamento das espécies aquáticas é considerada de baixo impacto. Em relação a aves e morcegos, a avaliação é de que acidentes significativos pela presença das torres são pouco prováveis, mas “deverá ser implementado um programa de monitoramento a fim de se verificar o real impacto da operação dos aerogeradores na avifauna e quiropterofauna.” Veja o aqui o documento.