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A fabricante chinesa de painéis fotovoltaicos BYD ampliará sua capacidade de produção no Brasil em aproximadamente 60%. O plano é sair de 150 MW/ano para 250 MW/ano, disse em entrevista à Agência CanalEnergia o diretor de Marketing e Sustentabilidade da BYD no Brasil, Adalberto Maluf. O otimismo da empresa com o mercado brasileiro está tão alto que o executivo já fala em, eventualmente, criar um terceiro turno, o que permitiria à fábrica de Campinas, no interior de São Paulo, atingir 400 MW/ano de capacidade de produção.

Segundo Maluf, foram contratados 70 novos funcionários (totalizando 350) e a partir da segunda quinzena de março a unidade funcionará em dois turnos. “O que nos deixou mais confiantes é que a revisão das regras para geração distribuída, em discussão na Aneel, não aconteceu da forma que estava proposta. E o projeto de lei em discussão no Congresso é muito mais justo em valorar os atributos e os eventuais custos da geração distribuída”, explicou.

A revisão da Resolução Normativa nº 482/12, que autorizou o consumidor produzir sua própria energia, está em debate na Agência Nacional de Energia Elétrica há dois anos. O processo está em fase de análise das contribuições feitas pelos agentes durante a consulta pública que se encerrou no final de 2019. Paralelamente, o deputado Lafayette Andrada (Republicanos-MG) trabalha em um projeto de lei para criar um marco regulatório para dar segurança para o segmento, com previsão de ser apresentado ao Congresso ainda março.

A proposta prevê a manutenção das regras atuais até dezembro de 2021 e o início da cobrança pelo transporte de energia a partir de 2022, com um aumento gradual das taxas cobradas nos anos seguintes. Atualmente, os “prosumidores” não pagam pelo serviço do fio, gerando um conflito com as distribuidoras de energia elétrica, que argumentam que esse custo vai onerar a tarifa dos demais consumidores de energia.

Além da perspectiva positiva para o quadro regulatório, outros fatores de mercado sustentam o otimismo da BYD, como o fortalecimento da legislação em prol da geração distribuída, a queda no preço das células de maior eficiência e a renovação do programa de incentivos à indústria de semicondutores (Padis) aprovada no final de 2019, além da decisão da Câmara de Comércio Exterior de zerar o imposto sobre importação da célula.

“A expectativa é que este novo cenário reduza os custos da produção dos módulos nacionais entre 10% a 15%”, complementou Maluf. “Agora é hora de apostar no aumento da produção local para reduzirmos ainda mais nossos custos de produção e termos mais capacidade de competir com o produto importado”, acrescentou. Entre 2018 e 2019, a BYD já vendeu 1,3 GW em painéis solares no Brasil, de um total de 3,7 GW em energia solar em operação no país. A meta é vender 1 GW em 2020, com a maior parte da demanda atendida pela venda de módulos importados.

A unidade de painéis fotovoltaicos no Brasil produz três tipos de tecnologias: o policristalino, bifacial e monocristalino, todas enquadrados no sistema de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. A célula possui 22% de eficiência e geração de 481Wp, em condições de 80% de reflexibilidade do solo.

Além de uma das maiores fabricantes de painéis solares do mundo, a BYD produz baterias de fosfato de ferro-lítio, veículos 100% elétricos e fornece componentes para celulares, tablets e laptops. A empresa está presente nos seis continentes, com veículos operando em mais de 300 cidades de 50 países, superando 240 mil funcionários distribuídos em 30 fábricas ao redor do globo.