A Santo Antônio Energia, concessionária responsável pela UHE de mesmo nome no rio Madeira, apresentou um prejuízo de R$ 932,5 milhões em 2019, redução de cerca de 45% ante as perdas de mais de R$ 1,6 bilhão do ano anterior. Já o resultado ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 1,5 bilhão representando um incremento de R$ 451 milhões, equivalente a um aumento de 45,6% em relação ao exercício de 2018.
No ano de 2019, a receita operacional líquida da companhia alcançou R$ 3,2 bilhões, aumento de 6,4% quando comparado a 2018, quando reportou R$ 3 bilhões. A empresa atribui o crescimento ao ajuste dos contratos de venda pela inflação e pelo término das descontratações realizadas em 2018 de acordo com a Resolução 711, de alguns contratos do mercado regulado, retomando o faturamento dos mesmos.
A geradora explica que apesar de ter ocorrido uma redução do PLD de uma média de R$ 288,6/MWh em 2018 para R$ 227,1/MWh em 2019, o GSF manteve-se em patamares muito baixos (média de 81,4% em 2019).
Em seu release de resultados, a empresa explica que o setor ainda permanece com uma elevada inadimplência decorrente, principalmente, das liminares vigentes, que protegem alguns agentes geradores do setor elétrico dos custos do GSF, mas reconhece que houve uma redução no nível de judicialização.
Em seu caso, o custo do GSF no ano passado foi de pouco mais de R$ 1 bilhão. Tal custo foi mitigado pelo mecanismo de transferências de alocação de risco, via o acordo de Repactuação do Risco Hidrológico, que protege a companhia na parcela regulada do Leilão Estruturante, de exposições ao GSF inferiores a 93%. Adicionalmente, continuou, por meio de ações comerciais, descontratações bilaterais de energia da ordem de 251,7 MW médios e compra de energia para hedge hidrológico, mitigou os efeitos do GSF em R$ 505 milhões, resultando em um custo final efetivo de R$ 159 milhões.
“Em 2019 a companhia focou sua atenção principalmente na busca da eficiência de seus processos corporativos e no controle efetivo dos custos e despesas operacionais e administrativas, obtendo resultados expressivos que permitiram à Companhia atingir um novo patamar de excelência, melhorando sua performance operacional e financeira”. E ainda, “no exercício foram idealizados e implementados importantes projetos na operação e manutenção da Usina, já com resultados contabilizados, visando a melhoria do seu índice de disponibilidade que, apesar de ter atingido 96,47% em 2019, ainda não alcançou o nível necessário, merecendo toda a atenção da companhia neste e nos próximos anos”.
Com capacidade instalada de 3.568 MW e 2.424 MW médios de garantia física, representando 5% da capacidade de geração hidráulica do país, foi a 4ª maior geradora brasileira em 2019, com uma produção total de 16.975.823,03 MWh.