ABEEólica cria GT para avaliar impactos do PLD Horário

A Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) criou um grupo de trabalho para avaliar os impactos do preço horário de energia no negócio de geração eólica. A primeira reunião do GT, que conta com 80 integrantes, aconteceu na última terça-feira, 3 de março, em São Paulo.

O setor eólico tem especial interesse no tema, pois deverá ser a fonte mais impactada pela mudança na precificação da energia. “Resolvemos criar o GT PLD Horário para participar de todas as discussões sobre o tema e entender o impacto desse novo modelo de preço no setor eólico. O nosso objetivo não é atuar para combater a chegada do PLD horário, mas, sim, para nos preparar para esse novo cenário”, disse a presidente executiva da associação, Élbia Gannoum, em entrevista à Agência CanalEnergia.

Atualmente, o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) é calculado semanalmente com base em modelos matemáticos (Newave-médio prazo/Decomp -curto prazo). O PLD é divulgado às sextas-feiras pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em três patamares de carga (leve, média e pesada), eventualmente com valores diferentes para cada um dos quatro submercados (Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte). O PLD é utilizado na liquidação financeira do mercado de curto prazo de energia e serve de referência para contratos no mercado livre de energia. O PLD horário será o preço da energia atualizado a cada 1 hora.

Desde janeiro, o Operador Nacional do Sistema (ONS) começou a planejar a operação do Sistema Elétrico Nacional utilizando do modelo Dessem, que produz os cálculos do preço da energia em base semi-horária. A partir de 2021, o PLD horário será utilizado oficialmente pela CCEE, com repercussão comercial nos contratos de energia.

Segundo Élbia, na reunião de ontem tanto o ONS como a CCEE realizaram apresentações técnicas e tiraram dúvidas dos geradores eólicos. O GT vai acompanhar no detalhe os dados divulgados pelas duas entidades, com objetivo de contribuir para o aprimoramento do modelo.

Sandro Yamamoto, diretor técnico da ABEEólica, explicou que o preço horário é publicado diariamente pela CCEE desde o início do ano, porém sem efeitos práticos na liquidação do mercado de energia. Em alguns dias de janeiro, conforme publicado pelo Portal CanalEnergia, o preço não foi divulgado. A razão é que o preço apresentou comportamento anômalo, sem que os técnicos conseguissem explicar os motivos desse comportamento. Sem saber o que aconteceu, não foi possível apresentar os preços ou propostas de correções. A CCEE segue investigando para entender qual é o problema.

O Brasil alcançou a marca de 15,4 GW capacidade de produção de energia a partir da força do vento. Considerando leilões já realizados e contratos firmados no mercado livre, o país terá cerca de 21,5 GW de capacidade eólica instalada até 2023.

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