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A Neoenergia quer acelerar a implantação do Lote 9 arrematado no leilão de transmissão de dezembro de 2019, disse o diretor presidente da corporação, Mário Ruiz-Tagle, nesta quinta-feira, 5 de março, em entrevista à Agência CanalEnergia. O empreendimento enfrentou disputa agressiva até finalmente ser conquistado pela concessionária, com um deságio de 64,04% sobre a receita máxima ofertada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A empresa abriu mão de nada menos do que R$ 32 milhões anuais durante um período de 30 anos para ficar com o projeto, composto pelo sistema de transmissão Rio das Éguas-Rio Formoso II, com 210 km de extensão e duas subestações transformadoras de energia. Segundo a Aneel, o investimento está estimado em R$ 303,3 milhões, porém esse valor pode não retratar o investimento planejado pela Neoenergia. A obra tem prazo regulamentar de 48 meses para ser concluída.
O executivo sinalizou que a companhia tem interesse em antecipar a entrega desse projeto, sem definir um prazo específico. Caso a expectativa se concretize, a empresa também antecipa o recebimento da receita do projeto. “Em dezembro brigamos muito por um projeto na Bahia porque temos interesse em acelerar a construção dele. O empreendimento atende a região Oeste do Estado, que tem uma demanda reprimida gigantesca em razão do crescimento do agronegócio”, disse Ruiz-Tagle.
Atualmente, a companhia opera 679 km de linhas de transmissão e seis subestações. Em construção, são 4.862 km, oito subestações e 29 ampliações de subestações. “Toda essa digitalização proporcionada pela tecnologia e a necessidade de energia elétrica que o mundo demanda hoje só vão ser possíveis se tivermos redes para transportar”, analisou o diretor.
A empresa mira projetos de transmissão que melhorem a qualidade do atendimento dentro das áreas de concessão de suas quatro distribuidoras: Coelba (BA), Celpe (PE), Cosern (RN) e Elektro (SP) e que permitam o escoamento de projetos de geração existentes ou futuros.
O plano de investimento de longo prazo da Neoenergia prevê a alocação de cerca de R$ 7 bilhões para o segmento de linhas de transmissão, de um total de R$ 30 bilhões previstos para o país entre 2018-2022.
Distribuição
Apesar do apetite pelos ativos de transmissão, a empresa segue atenda a oportunidades de aquisições no setor de distribuição de energia, principal negócio no Brasil. “Nosso objetivo é criar valor, seja por crescimento orgânico, seja comprando companhias existentes. Essa é uma questão que a gente avalia com muito rigor”, disse Ruiz-Tagle. O portfólio de geração da Neoenergia soma 4 GW em operação e mais 1,1 GW em construção. A corporação se prepara para participar do próximo leilão do governo para contratação de energia termelétrica, previsto para 30 de abril de 2020.
Nesta quinta-feira, 5 de março, a empresa apresentou à imprensa seu novo call center em Campinas (SP): um edifício moderno e com tecnologia de ponta, fruto de um projeto de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) que custou mais de R$ 127 milhões e dois anos de desenvolvimento.
*O repórter viajou a convite da Neoenergia.