A Universidade Federal da Itajubá (UNIFEI) recebeu o apoio de duas das principais associações do setor elétrico e da Agência Nacional de Energia Elétrica para o complexo de laboratórios cujas obras foram interrompidas por dificuldades conjunturais. O reitor da tradicional instituição ensino, Dagoberto Almeida, e o Pró-reitor Edson Pamplona reuniram-se com a Associação Brasileira das Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abrate) e Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) e, no dia seguinte com a agência reguladora.

O primeiro encontro ocorreu na última quarta-feira, 4 de março, com os presidentes executivos das duas entidades setoriais. Tanto Mário Miranda, da Abrate, quanto Marcos Madureira, da Abradee, manifestaram interesse pela continuação das obras de construção do Instituto Senai de Inovação em sistemas Elétricos (ISI-SE). Com isso, destacou a UNIFEI, “a rede de apoiadores cresce na medida em que está se construindo um novo modelo de governança e de negócios para que o Brasil não perca essa obra magnifica, já em curso, mas interrompida por dificuldades conjunturais”.

O complexo é composto por quatro laboratórios, Alta Potência, Alta Tensão, Elevação de Temperatura e Ensaios Mecânicos para pesquisa, desenvolvimento e inovação para o setor elétrico brasileiro.

Segundo relato da UNIFEI sobre o encontro, Miranda avalia que esse complexo de laboratórios é de natureza estruturante para o setor elétrico nacional. Por sua vez, Madureira chama a atenção sobre a necessidade de maiores esclarecimentos à comunidade de profissionais do setor elétrico para que não haja dúvidas sobre quão vital ele é para a infraestrutura do país.

Em continuidade, no dia seguinte, a equipe da UNIFEI se reuniu com o diretor geral André Pepitone e sua equipe. Pepitone, aponta a instituição de ensino, se posicionou favorável à ampliação da rubrica de P&D com adequação do prazo de implantação para as unidades de pesquisa. Por sua vez, o superintendente Ailson Barbosa sugeriu que fosse considerada a utilização do FNDCT para viabilização da retomada do complexo de laboratórios do ISI-SE. “Obviamente, essa medida exigirá efetivo apoio parlamentar para sua efetivação”, ressalvou o professor Pamplona.

Almeida declarou que a jornada para evitar o cancelamento do ISI-SE, tem sido árdua e longa. Entretanto, sua necessidade tem justificado o apoio crescente de pessoas interessadas no desenvolvimento da Ciência e Tecnologia em nosso país como o engenheiro José Carlos Aleluia.

“Esses apoios nos permitem um realista otimismo no sentido de esperar que o Brasil possuirá, nos próximos anos, o maior centro de pesquisa, desenvolvimento e inovação do setor elétrico da América Latina, essencial para que tenhamos a infraestrutura necessária para a retomada do desenvolvimento que o país tanto precisa”, afirmou o reitor.

A Agência CanalEnergia vem acompanhando os desdobramentos desse processo desde agosto de 2019, quando revelou que a construção foi suspensa por falta de recursos. Até o momento da paralisação o centro já tinha recebido R$ 41 milhões. O cronograma estabelecia que fosse entregue em 2021. O laboratório será um dos setes maiores do mundo em pesquisa e desenvolvimento de novos equipamentos e sistemas para o setor elétrico. Um terreno de 217 mil m² foi doado pelo município de Itajubá.

Um mês depois a UNIFEI recebeu o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO) e sua comitiva para discutir alternativas que garantiriam a sobrevivência do complexo. De acordo com dados do final do ano passado, o empreendimento estava orçado em R$ 438 milhões.