O Grupo Energisa registrou lucro líquido de R$ 353,3 milhões no quarto trimestre de 2019, queda de 47,6% na comparação com igual período em 2018. A receita líquida de R$ 3,6 bilhões representou um aumento de 23,3%, considerando o mesmo período de comparação. Por sua vez, a geração de caixa medida pelo Ebitda alcançou R$ 1,8 bilhão, queda de 46% na comparação entre os trimestres.
Em 2019, o Grupo Energisa encerrou o exercício lucrando R$ 527,2 milhões, queda de 55,3% na comparação com 2018. A receita líquida totalizou R$ 16,9 bilhões, crescimento de 18,6% na análise ano contra ano. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) fechou em R$ 3,5 bilhões, queda de 8,3% considerando o mesmo período de comparação.
Os resultados trimestrais e anuais são bem diferentes quando desconsideradas as incorporações das distribuidoras de Rondônia e Acre, adquiridas no processo de privatização da Eletrobras. O lucro líquido (pro forma) ficou em R$ 466,2 milhões no 4º trimestre de 2019 e de R$ 1,17 bilhão em 2019, crescimentos de 638,9% (R$ 63,1 milhões) e 107,1% (R$ 568,2 milhões) em relação ao 4º trimestre de 2018 e ao ano 2018, respectivamente.
Nas palavras do presidente de grupo, Ricardo Botelho, a integração das distribuidoras do Acre e Rondônia tem apresentado muitos desafios, mas também apresenta muitas oportunidades.
“Apenas em Rondônia, para exemplificar, encontramos uma demanda reprimida da ordem de 72 MW, o equivalente a uma cidade de 50 mil habitantes. A maior parte desta demanda vem de empresas, ou seja, é energia que gera emprego, renda e desenvolvimento, o que, para nós, justifica os R$ 834 milhões investidos nos dois estados até o fim de 2019 e os R$ 832 milhões de investimentos previstos para o ano de 2020. Em apenas dois anos, considerando os investimentos realizados em 2019 e previstos em 2020 de R$ 1,6 bilhão, nossos investimentos superariam tudo que foi investido nos últimos 6 anos de controle estatal dessas empresas”, escreveu o CEO em mensagem aos acionistas.
A dívida líquida do grupo cresceu para R$ 13,66 bilhões em 2019, contra R$ 10,84 bilhões em 2018. O crescimento é explicado pelos maiores investimentos realizados em 2019, o que afeta a variação de caixa entre os períodos. A relação dívida líquida por Ebitda ajustado passou de 2,7 vezes em dezembro de 2018 para 3,6 vezes em 2019, devido ao impacto positivo da combinação de negócios, no 4º trimestre de 2018, referente às aquisições da Energisa Rondônia e Acre.
Presente em 11 Estados, a Energisa é o 5º maior grupo distribuidor de energia do Brasil, atendendo a 7,82 milhões de consumidores, um crescimento de mercado de 1,9% na comparação com os números do final de 2018.
Investimentos
Os investimentos realizados pela Energisa em 2019 somaram R$ 3,16 bilhões, montante 59,9% superior ao investido em 2018 (R$ 1,98 bilhões). Os recursos foram destinados, principalmente, a ativos elétricos nas distribuidoras do grupo, que receberam R$ 2,32 bilhões do montante total, a fim de promover a expansão e reforço da rede e a melhoria na qualidade da energia. No 4º trimestre de 2019, o investimento somou R$ 997,8 milhões.
Para 2020, a Energisa planeja investir R$ 3 bilhões, dos quais cerca de R$ 2,5 bilhões nas 11 distribuidoras do grupo – R$ 830 milhões serão aplicados somente na Energisa Rondônia e Energisa Acre, R$ 315 milhões em projetos de transmissão de energia e R$ 110 milhões na Alsol Energias Renováveis, empresa adquirida em junho de 2019.
Mercado
As vendas de energia do grupo encerraram o ano com crescimento de 4,2%, índice superior à média de 1,4% registrada no país (dados da Empresa de Pesquisa Energética). No total foram 36.118,7 GWh consumidos em todas as áreas de concessão do Grupo Energisa.
“Ainda que o crescimento econômico do último ano tenha ficado aquém do esperado, obtivemos um crescimento notável do consumo de energia, o triplo da média nacional. Os indicadores de qualidade também seguem em trajetória de melhoria, comprovando a boa aplicação dos investimentos, que alcançaram valores recorde, com eficiência e boa gestão das nossas atividades”, escreveu Maurício Botelho, CFO do Grupo, em nota à imprensa.
O quarto trimestre registrou forte aumento do consumo de energia em função de temperaturas mais elevadas e dos baixos índices pluviométricos. Neste período, houve aumento de 4,1% do consumo em relação a igual período do ano anterior, totalizando 9.391,8 GWh. Com exceção da indústria, que obteve leve variação negativa de 0,7%, todas as outras classes registraram variação positiva no período. As classes residencial, comercial e rural se destacaram, apresentando crescimentos de 6,7% (3.499,4 GWh), 4,2% (1.863,8 GWh) e 8,5% (928,4 GWh), respectivamente.