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Os integradores de energia solar fotovoltaica estão preocupados com a extensão dos danos que a pandemia de coronavírus pode causar no mercado de geração distribuída. Segundo fontes ouvidas pela Agência CanalEnergia, a oferta de equipamentos está garantida. No entanto, os agentes já perceberam uma desaceleração na demanda por novos equipamentos e temem a paralisação total do mercado.

Segundo o último levantamento da Geener, empresa de pesquisa e consultoria para o setor solar, o mercado de integradores fotovoltaicos está estimado em 12.500 empresas ativas. A maioria dessas empresas são de pequeno porte. Uma paralisação do mercado afeta diretamente o fluxo de caixa, o que pode causar uma escalada na inadimplência, uma vez que uma parcela considerável dos sistemas são financiados ou tem o pagamento parcelado pelos próprios integradores.

Além disso, com a redução do consumo nos setores de serviços e comércio, pode ter um “excesso de acumulo de créditos de energia”. A redução da liquidez do mercado, ainda, dificulta o financiamento de novos negócios. Em 2019, o mercado de energia solar distribuída movimentou R$ 6 bilhões.

“De fato os estoques não são problema, a China já está voltando ao normal. Ou seja, do lado da oferta, está tudo normalizado (exceto pela escalada do dólar, que também impacta o setor). A dor está agora no lado da demanda”, disse uma fonte que pediu anonimato.

A alta do dólar também compromete os negócios, pois aumenta o payback e valor do investimento, uma vez que apenas 3% dos módulos fotovoltaicos são nacionais, segundo dados da Greener de 2019.

O diretor no Brasil da fabricante Trina Solar, Daneil Pansarella, disse que a empresa está com 85% da capacidade da fábrica ativa. “Estamos fornecendo nossos contratos normalmente.” O diretor de Marketing e Sustentabilidade da fabricante BYD no Brasil, Adalberto Maluf, também garantiu que tem todos os insumos para produção de painéis no Brasil e que a empresa tem atendido a todos os pedidos dentro do prazo.

No entanto, na outra ponta, os integradores já esperam uma redução no número de pedidos. “Com certeza haverá redução drástica no número de pedidos. Ninguém quer comprometer sua economia em novas compras, mesmo que a energia solar seja um investimento. Com todos que falo, dizem: ‘vamos aguardar para ver como fica'”, disse Humberto Macedo, sócio diretor da Sevenia Energia Solar.

“Sem ajuda do governo muitos irão quebrar.”Rodrigo Toledo, sócio diretor da Alternative Energy.

O risco de contágio do Covid-19 fez com que alguns clientes adiassem a instalação dos equipamentos. Funcionários também não estão querendo trabalhar com medo de serem infectados pelo novo coronavírus. “Clientes que estão por fechar acho que vão recuar. Vamos fica em grande compasso de espera”, disse uma fonte ligada a uma grande empresa do setor que também pediu anonimato.

“A tendência é diminuição de vendas (meus vendedores estão em casa), dificuldade em concluir e receber os projetos em andamento e dificuldade em manter empregos nos próximos meses devido à redução drástica de receita”, lamentou Rodrigo Toledo, sócio diretor da Alternative Energy.

Outra característica do setor de integradores é que mais de 26,3% da força de trabalho é terceirizada. “Eu acho que a grande maioria terá de enxugar custo, mas no meu caso não é tão problemático por que trabalho com terceirização de equipe”, disse Neiva.

Para Macedo, o governo deveria ter um plano de socorro às empresas do setor solar. Os integradores pedem suspensão do pagamento de impostos por um período, linhas de capital de giro, liberação do ICMS sobre a Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD).

Marcelo Neiva, sócio proprietário da Clarasol Energia Solar, concorda com Macedo. “Reduzir a carga tributária das empresas seria o melhor e um acordo negociável para se manter empregos também seria interessante”, sugeriu. “Sem ajuda do governo muitos irão quebrar”, afirmou Toledo.