O cronograma de privatização da Eletrobras deverá ser impactado pela pandemia de Covid-19 que assola o mundo. Em teleconferência com analistas de mercado nesta segunda-feira, 30 de março, o presidente da empresa, Wilson Ferreira Junior, admitiu que a possibilidade é forte e que o atraso do processo é natural perante o retrato atual causado. “Entendemos que isso vai ficar um pouco mais para frente”, afirma. A privatização, que era programada para esse ano, deve ficar para 2021.
Em seguida, em entrevista coletiva a jornalistas, o executivo disse que o governo está com outras prioridades trazidas pela crise do coronavírus e que a aprovação do projeto de lei 5.877/2019, que permitiria a operação de capitalização ficaria em segundo plano. “Um conjunto de prioridades se colocaram à frente da Eletrobras”, explica. O executivo, que ainda trabalhava com a perspectiva de o PL ser apresentado ainda no primeiro semestre, a transferiu para o segundo semestre, jogando a privatização para 2021. Para ele, esse período será positivo para que a empresa recupere valor de mercado, que ela perdeu nos últimos meses.
O atraso na privatização não deverá fazer com que o governo faça aportes no caixa da empresa. Segundo Ferreira Junior, a empresa tem uma posição sólida de caixa suficiente, com todos refinanciamentos. A sua capacidade e geração de caixa é para que ela opere. O PDNG 2020-2024 prevê cerca de R$ 4 bilhões em investimentos por ano. Para que ela faça investimentos maiores, a capitalização é a pedida.