A usina nuclear de Angra 3 (1.405 MW) deverá começar a operar em novembro de 2026, com investimentos de R$ 13,6 bilhões. De acordo com o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos vem atuando na concorrência internacional que vai trazer o sócio que fará os investimentos necessários para que o canteiro de obras da usina, paralisado desde 2015, seja retomado. Em entrevista coletiva a jornalistas nessa segunda-feira, 30 de março, ele revelou que a expectativa é que no final do primeiro semestre a concorrência tenha um vencedor, e que a empresa vai estar pronta quando o parceiro chegar. “Tão logo tenhamos uma conclusão do processo pelo CPPI ele vai pegar a gente em uma posição para manter o cronograma para 2026”, explica.

Ainda segundo Ferreira Junior, é importante que a Eletrobras continue a fazer investimentos na usina de Angra 3, uma vez que ela é acionista da Eletronuclear – que opera a térmica – e que ela deve estar em condições de ter o seu canteiro retomado. “Temos que deixar a usina em condições de ser licitada para ser concluído o trabalho até 2026”, avisa. No ano passado, foram investidos mais de R$ 500 milhões, para não comprometer o cronograma de obras.

As opções para a entrada do parceiro na usina vão desde que ele entre apenas como sócio da usina ou mesmo como sócio nas outras que a Eletronuclear opera, as usinas nucleares de Angra 1 e 2, no mesmo complexo, localizado no Rio de Janeiro. Ferreira Junior lembrou ainda que caso seja escolhido o modelo de SPE, os investimentos precisam ser continuados. O empreendimento está no foco dos projetos de expansão da Eletrobras para os próximos anos.

Lançada em 2009, a usina de Angra 3 teve as suas obras paralisadas e o começo da operação adiados inúmeras vezes. A licitação da montagem eletromecânica foi seguidamente adiada e logo em seguida foi envolvida em denúncias de corrupção, assim como as obras da usina, o que acabou por levar e executivos e o presidente da Eletronuclear para a cadeia. Em 2015, o canteiro de obras fio paralisado devido à falta de recursos da Eletronuclear. Desde então ,a Eletrobras busca um parceiro internacional para concluir o projeto.