O Centro de Pesquisa em Energia Elétrica (Cepel) concluiu que o comportamento atípico do PLD horário em alguns dias de janeiro na região Nordeste não foi decorrente de um erro no modelo Dessem. O aumento do Custo Marginal de Operação (CMO), considerado exagerado, foi causado por uma demanda “um pouco maior” nos períodos.

André Luiz Diniz, chefe do Departamento de Otimização Energética e Meio Ambiente do Cepel, explicou que o Nordeste não tinha como receber energia de outros submercados, nem tinha como gerar recursos hidrelétricos para atender a demanda, tão pouco era possível aumentar a geração térmica com custo abaixo do CMO.

“Esse ‘salto’ é semelhante ao que ocorre quando se passa de uma térmica para outra, em submercados que não possuem mais recursos hidrelétricos e não podem ser ajudados por outros submercados”, ilustrou o especialista, que participou da 8º reunião do Preço Horário promovida pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), transmitida ao vivo pela internet nesta quarta-feira, 8 de abril.

O Preço de Liquidação da Diferença (PLD) em base horária é uma evolução que entrará completamente em vigor em janeiro de 2021. O objetivo é aproximar o preço da energia ao que acontece na operação do Sistema Elétrico Nacional (SIN).

O PLD horário começou a ser testado em 2019 e desde 1º de janeiro de 2020 o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) utiliza o modelo de curtíssimo prazo Dessem no planejamento da operação do SIN.

A tendência do preço horário no Nordeste é que o preço varie para baixo por causa do aumento da geração eólica combinado com a falta de limite de escoamento das linhas de transmissão. Entretanto, nos dias 5, 7, 8 e 9 de janeiro o preço horário apresentou uma variação sem que houvesse uma explicação plausível. O problema estava sob investigação da CCEE e do Cepel.

Desde janeiro de 2019, o modelo Dessem teve 73 versões, mas nenhuma alteração significativa nas funcionalidades, apenas ajustes pontuais.

CCEE investiga comportamento atípico do PLD horário no Nordeste