Reconhecendo que uma solução para o problema de caixa das distribuidoras em virtude da pandemia de Covid-19 deve ser definida o mais rápido possível, a Engie Brasil Energia acredita que a solução deve ficar restrita a essa área, sem onerar os outros agentes do setor, como a geração e a transmissão. Em teleconferência realizada nesta quarta-feira, 8 de abril, o presidente da empresa, Eduardo Sattamini, revelou que a solução não pode contaminar o sistema, ficando no âmbito do mercado regulado, entre concessionárias e consumidores.
“Temos que deixar essa questão bem isolada na distribuidora para que isso não gere impacto”, explica. O executivo, que lembrou que o sistema é feito para atender à necessidade do consumidor, ressaltou a necessidade de modernização do setor elétrico, já que as distribuidoras ficariam responsáveis apenas pelo fio. Ele também não descartou que o governo faça aportes do Tesouro, reduzindo os impactos para o consumidor.
Segundo o diretor de regulação e mercado da empresa, Marcos Keller Amboni, a participação na solução de geradores com o caixa pressionado poderia fazer com que eles ficassem incapazes de honrar compromissos com a transmissão ou encargos setoriais, virando um efeito cascata. “Pela natureza do segmento regulado, o mais natural é que o problema se circunscreva a ele mesmo”, Ele lembra que isso já foi feito no passado com a conta-ACR, o que parece ser a melhor solução e o que será adotado pelo governo.
Sattamini se mostrou receptivo a opção aventada do gerador deixar de receber uma parte da receita e para cobrir esse rombo que ele deixou de ganhar, receberia um empréstimo do BNDES que ele pagaria, mas que lhe daria direito a uma ampliação da concessão e equilibraria os custos. Para o executivo, essa opção é boa. já que desde que seja opcional, já que nem todas tem o mesmo fôlego financeiro. “Tem que ser uma possibilidade, não pode ser imposto ao gerador”, avisa.