A agência de classificação de risco S&P Global Ratings reafirmou os ratings ‘BB-’ e ‘brAAA’ da Petrobras com perspectiva estável, apesar da previsão de redução no fluxo de caixa devido à forte queda nos preços do petróleo e na demanda com o avanço da Covid-19. A agência enxerga certa folga nas métricas de crédito da estatal, estimando que o índice de dívida sobre EBITDA alcance 4,0x em 2021 ao considerar uma melhora substancial nos preços e condições econômicas.
Para esse ano, a previsão é de declínio significativo entre 30% e 40% na receita da petroleira, abaixo dos R$ 300 bilhões registrados em 2019. O EBITDA deve cair em uma faixa similar, uma vez que a empresa tem adotado diversas medidas para reduzir as pressões de custo e preservar os fluxos de caixa. Com base nessas premissas, não seriam consumidos um montante material de caixa no ano.
Segundo a S&P, a Petrobras está em uma posição muito melhor atualmente para enfrentar a crise da indústria, tendo priorizado diversas medidas de redução de custos e de ganhos de eficiência, bem como venda de ativos, que permitiram uma redução considerável de seu endividamento. O índice de dívida sobre EBITDA caiu para 3,2x ao fim de 2019, contra 5,3x em 2015. Com a premissa de declínio no indicador em 2020, a análise aponta que o endividamento da empresa possa atingir um pico em torno de 6x.
No entanto, com uma recuperação expressiva nos preços do petróleo (preço do Brent em US$50/barril, de acordo com as premissas de caso-base) e na demanda em 2021, o endividamento da empresa pode cair para perto de 4x, o que atualmente sustenta a avaliação de seu perfil de crédito individual (SACP – stand-alone credit profile) ‘bb’. Ainda assim, “há consideráveis riscos em nossas projeções, e poderemos rebaixar seu SACP para ‘bb-’ nos próximos meses se esperarmos um atraso na recuperação de EBITDA e de geração de caixa para o próximo ano”, diz o comunicado emitido pela agência.