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Em continuidade ao processo de criação de um mercado de derivativos de energia no Brasil, o Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE) criará um Comitê de Supervisão e Monitoramento do Mercado, que contará com dois conselheiros independentes. No final de março, a empresa alterou seu estatuto, ampliando de sete para dez conselheiros, sendo três independentes. A contratação dos novos conselheiros está em andamento.
As mudanças ocorreram em atendimento as exigências da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A BBCE também contratou Gustavo Abud para a vaga de head da área de Supervisão de Monitoramento de Mercado. O executivo tem passagem pela BSM, Itaú e XP Investimentos.
Em 17 de março, a CVM autorizou a BBCE a operar como administradora de mercado de balcão organizado e negociação de valores mobiliários. No entanto, a autarquia impôs o cumprimento de algumas condicionantes que precedem a oferta dos novos serviços pela BBCE. A expectativa era lançar o produto ainda em abril. O presidente da BBCE, Carlos Ratto, evitou antecipar prazos sobre quando o serviço de derivativos estará disponível ao mercado.
“Em paralelo, estamos fazendo os últimos testes da plataforma com a CVM”, disse. “Também estamos preparando algumas ações educacionais. Vamos lançar alguns webinars explicando o mercado de derivativos. O primeiro deles será voltado aos aspectos legais e tributários. Também vamos iniciar os testes da plataforma com o mercado. A ideia é que tenhamos um mês de testes com o mercado antes de começar a operar oficialmente”, disse o executivo em entrevista à Agência CanalEnergia.
Ratto disse que a pandemia de coronavírus não alterou os planos da BBCE. No entanto, com a consequente redução da demanda por eletricidade, a crise fez com que o volume de negócios diminuísse na plataforma a partir de março. “O espaço para operação de trader diminuiu bastante”, confirmou.
Em janeiro, foram negociados na BBCE 4.727 GWh em tela, por meio de 3.637 contratos e volume financeiro de R$ 1,1 bilhão, o que representou um aumento de 112% no volume das negociações em relação ao mês de dezembro de 2019.
Já os contratos formalizados na boleta eletrônica chegaram a 2.608 registros em janeiro representando 56% de aumento em relação ao mês anterior. No total, considerando as operações em tela e as registradas através da boleta eletrônica, foram comercializados 17.446 GWh, em 6.245 contratos e R$ 4,2 bi de volume financeiro.
O BBCE tem 35 empresas como acionistas, todas ligadas ao setor elétrico (geradoras, distribuidoras e comercializadoras), com participação individual inferior a 5% do capital social. O BBCE negocia e/ou registra cerca de 22,5% de todo o volume do mercado livre. Todos os contratos são celebrados bilateralmente e são liquidados na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
B3 ensaia entrar no jogo
Na semana passada, a bolsa de valores de São Paulo (B3) recebeu o aval da CVM para realizar o monitoramento e o pré-registro de contratos realizados no mercado livre de energia elétrica. O plano é disponibilizar o novo serviço no terceiro trimestre deste ano. O reporte das informações contratuais será voluntária.
A B3 quer oferecer ao mercado de energia ferramentas que permitam melhorar a gestão de risco e aumentar a liquidez no mercado de energia. Ao ter acesso aos detalhes dos contratos, a b3 quer também oferecer ao mercado uma curva de preços de energia.
“Uma possível consequência é a gente conseguir montar uma curva de preço mais transparente. Acho que aí abre-se a possibilidade de evoluir para outros produtos, como gestão de garantias, contraparte central e, eventualmente, se o mercado assim entender, até contratos futuros de energia”, disse Fábio Zenaro, diretor de Produtos de Balcão, Commodities e Novos Negócios da B3, durante conversa com a imprensa na terça-feira, 14 de abril.
B3 quer oferecer transparência e segurança ao mercado de energia