A margem brasileira de Itaipu dobrou o valor do fundo de auxílio a entidades sem fins lucrativos para R$ 2,7 milhões, visando o enfrentamento ao período de crise provocado pelo avanço da Covid-19 em Foz do Iguaçu (PR). A proposta foi aprovada na semana passada, em reunião da Diretoria Executiva, formada por diretores brasileiros e paraguaios.

“Essa é mais uma contribuição da Itaipu para ajudar os mais vulneráveis a passar esse período difícil. Sem recursos e doações, muitas entidades já se ressentem dos efeitos econômicos provocados pela propagação do vírus”, disse o diretor-geral brasileiro da Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, afirmando estarem previstas ações de caráter ambiental, socioassistencial, educativo e cultural.

No caso da pandemia, a hidrelétrica soma esforços para atender às reivindicações das entidades de ajuda humanitária ou comunitária, com o aporte podendo ser usado apenas em atendimentos de caráter excepcional, num montante de até R$ 175 mil por entidade. Todas devem estar devidamente cadastradas na companhia e não apresentar nenhum tipo de pendência.

“Neste caso, o pedido de apoio tem que estar diretamente vinculado às consequências econômicas provocadas pela nova doença, como queda de arrecadação e doações”, explica o coordenador do Grupo Estratégico de Covid-19 da Itaipu, coronel Jorge Áureo.

O aumento soma-se a outras medidas já adotadas pela binacional, como o convênio com a Fundação Itaiguapy, que administra o Hospital Ministro Costa Cavalcanti, na ordem de R$ 15 milhões. Com esse recurso, a unidade reestruturou todo o seu atendimento, criando uma ala exclusiva de internamento para casos do novo coronavírus. Já o Laboratório de Saúde do Centro de Medicina Tropical, vinculado ao HMCC, que é mantido pela usina, está credenciado a fazer testes da doença, com resultados em até duas horas.

Teste rápido da Covid-19 é realizado no Centro de Medicina Tropical, do HMCC. (Foto: Rubens Fraulini)

Furnas lança edital para startups

Por sua vez Furnas abriu uma chamada pública de R$ 3 milhões para selecionar startups que desenvolvam projetos com novas tencologias voltadas ao setor elétrico e enfrentamento da pandemia. A iniciativa acontece em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem (Senai) e tem inscrições até 30 de abril, podendo a data final ser antecipada devido à situação da crise.

São elegíveis startups com CNPJ ativo, de qualquer atividade econômica, possuindo ou não a Classificação Nacional de Atividades Econômicas, primário industrial, desde que apresente competência tecnológica para solucionar o desafio lançado. A divulgação do resultado dos projetos selecionados será no dia 8 de maio.

Fabiana Cristina Teixeira, superintendente de Estudos de Mercado e Inovações de Furnas, comentou que o certame prevê soluções inovadoras, dando exemplos como Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) utilizados por operadores ou no aperfeiçoamento da segurança no ambiente de trabalho, com a criação de dispositivos para detecção de infecção, monitoramento e sanitização das unidades operacionais.

“Acreditamos que todos os esforços precisam ser feitos para proteger e suprir as necessidades imediatas dos nossos profissionais, especialmente os operadores, que estão na linha de frente para garantir energia para a população”, explicou Fabiana.

CTG vai produzir álcool gel

Já a CTG Brasil estabeleceu uma parceria com o Instituto Senai de Inovação em Biomassa (ISI Biomassa) para a produção de 18 mil litros de álcool 70° GL gel e líquido ao longo dos próximos três meses. O produto será utilizado na assepsia das hidrelétricas administradas pela empresa e doado a entidades de regiões próximas às UHEs Jupiá e Ilha Solteira, como a Sociedade Beneficente do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, de Três Lagoas, e Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus, de Ilha Solteira.

A diretora do ISI Biomassa, Carolina Maria Machado de Carvalho Andrade, explicou que a parceria consiste na produção a partir do etanol proveniente de uma usina sucroalcooleira do Mato Grosso do Sul e na busca de novas formulações para o álcool gel. “Atualmente, o carbopol, espessante utilizado na produção de álcool gel, encontra-se em falta, então nossa pesquisa busca encontrar novos polimerizantes para produzirmos álcool gel”, detalhou.

Para a executiva, o movimento e ação entre setores públicos e privados é fundamental diante do avanço da crise humanitária global. “Acredito que o mundo todo está unido em busca de alternativas e soluções para melhorar as condições de vida da população no combate a essa pandemia. Vamos fazer novos projetos com o Departamento Nacional do Senai, envolvendo a capacidade da instituição de trabalhar em rede, todos com um objetivo em comum, o combate à Covid-19”, finalizou.