O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou nesta quinta-feira, 23 de abril, que ainda não é possível saber quando os leilões de energia deverão ser retomados. Contudo, afirmou ele, os leilões são prioridade para a pasta, principalmente o leilão de energia existente que seria realizado na semana que vem e que tem como meta a substituição de térmicas mais caras cujos contratos vencem a partir de 2023.
“Não sabemos como e quando essa crise terminará nem quais serão as consequências para o setor. Essa postergação dos leilões não causou surpresa a ninguém. Temos buscado a contribuição para que tenhamos uma cesta de soluções e de acordo com a conjuntura adotar as ações necessárias na dose certa. Não sabemos se será por 90 dias ou não, 120 dias…não temos essa previsão”, afirmou ele em entrevista coletiva realizada via internet.
“Assim que as condições permitirem vamos realizar o leilão de energia existente, o leilão de energia nova e transmissão. Teremos que avaliar com os agentes, com Aneel, ONS, CCEE para tratarmos do tema que será feito de forma transparente”, continuou. “Ainda não temos previsão, mas espero que seja o mais rápido possível para voltarmos à previsibilidade que tínhamos”, adicionou.
Ele lembra que o MME teve reuniões com secretários de energia dos estados para analisar a situação no caso a caso porque o Brasil é um país de dimensões continentais. E que atualmente há algumas certezas, entre elas a de que as térmicas caras a diesel serão substituídas por gás natural, sendo isso é uma prioridade.
Segundo dados do MME, a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus levou à retração de 22% no consumo de energia, o que equivale a algo próximo a 15,5 GW ou toda a demanda da região Nordeste somada a um terço do Norte. Albuquerque classifica esse volume como expressivo para o país e que trouxe a preocupação em preservar a segurança energética para o país.
O ministro destaca que esse nível de demanda traz preocupação, ainda mais ante o momento de previsibilidade de expansão do setor que foi quebrada por conta da crise que ele classifica como “sem precedentes”. E acrescenta que o trabalho que vem sendo desenvolvido tem como meta mitigar os efeitos desse momento e ao mesmo tempo olhar para o futuro.
Entre as medidas adotadas está justamente o adiamento por tempo indeterminado dos leilões de energia tanto o de projetos térmicos, por meio do LEE no final de abril quanto o de energia nova (LEN) um mês depois. Além desses, o leilão de transmissão que seria realizado em meados deste ano também entrou no pacote de postergação. O ministro ressaltou que a meta é a de preservar a credibilidade do setor adquirida ao longo do tempo.