A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica estima que a sobrecontratação das distribuidoras no país este ano poderá ficar em uma faixa de 16% a 20%. Esse deverá ser o indicador considerando o que se chama como ‘a distribuidora Brasil’, quando se soma todos os contratos no mercado regulado e o consumo de energia no país.
“De acordo com dados de hoje que temos esse é o cenário e o GSF estimado deverá ficar entre 81% e 82%”, disse o presidente do Conselho de Administração da entidade, Rui Altieri Silva, durante sua participação na edição especial do Agenda Setorial 2020, evento promovido pelo Grupo CanalEnergia – Informa Markets por meio da internet.
Ele apresentou dados que diferem do reportado pelo Ministério de Minas e Energia recentemente, de que a retração de consumo estaria na casa de 22%. A explicação é que as informações são dinâmicas e mudam constantemente. Ele informou que a queda de consumo está em 14% na média, sendo o maior volume no mercado livre, cuja retração é de 18% e de 13% no regulado.
Para o executivo da CCEE, esse deverá ser o patamar de queda de consumo no país. Ele classifica que a profundidade da retração já foi alcançado ou está bem próximo. Cita que as análises feitas apontam para uma estabilização da curva de consumo. Agora, destacou a questão é saber qual será a duração dessa crise provocado pelo novo coronavírus.
Em sua análise, o nível de GSF estimado não deverá ser um problema no país uma vez que o valor do preço de liquidações de diferença é estimado em pouco mais de R$ 100/MWh para o ano. Atualmente, está no piso regulatório de R$ 39,68/MWh desde a última semana de março em todo o país.
“Esse índice é baixo, mas é menos impactante com o PLD que está no piso se comparado ao valor de R$ 180/MWh, por exemplo. Além disso temos exposições menores dos geradores, que se adaptaram a um cenário de restrição hídrica”, comentou ele.
Silva se refere à mudança de prática de nível de contratação das geradoras. Anteriormente as empresas mantinham cerca de 95% de sua garantia física contratada, uma vez que 5% era considerado o risco de mercado. Com a crise do GSF as empresas mudaram e passaram a evitar a exposição ao máximo possível. Seja por meio de liberar energia de contratos ou buscando hedge no mercado.