Os investimentos em fontes renováveis devem se manter na retomada da economia após a pandemia de Covid-19. Em webcast setorial realizado pela KPMG na última quinta-feira, 30 de abril, o sócio Manuel Fernandes revelou que essa agenda deve continuar na lista de prioridades das empresas, assim como os movimentos de descarbonização.
De acordo com ele, naturalmente alguns setores mais afetados como transporte, turismo e construção vão sentir um impacto por conta da crise no curto prazo, mas no médio e longo prazo a temática das renováveis será revisitada, já que a sociedade é uma componente dela. Segundo ele, a melhora no meio ambiente trazida pelo confinamento social reforça o apelo pela opção pelas renováveis. “Isso tudo cria ainda mais uma expectativa e uma certeza que é necessário cumprir os compromissos assumidos de reduzir emissões de carbono”, explica.
Segundo ele, há um engajamento não só das grandes empresas, mas também dos fundos de pensão e investimentos e dos bancos de fomento. As escolhas têm recaído sobre as empresas que já estão inseridas nesse contexto. “Certamente continuarmos vendo contratos de longo prazo de energia limpa sendo feitos e as empresas vão continuar investindo na transição energética”, avisa.
Para Paulo Guilherme, sócio e líder de renováveis da KPMG, a descarbonização também continua na agenda e ele vê o movimento como irreversível, sendo difícil algum retrocesso. As empresas com boa gestão de caixa vão se manter fortes no investimento no médio e longo prazo. Ele cita empresas como CPFL, Rio Energy, Omega, Isa Cteep e Enel Green Power, que já emitiram Green Bonds e lembra que ele já vem sendo estudado para a geração distribuída. Segundo ele, esses papéis, ao lado das debêntures incentivadas, vão ocupar o lugar que o BNDES tinha no financiamento dos projetos renováveis. “Esse papel vem forte e é uma tendência de longo prazo”, avisa.