A Siemens Gamesa sentiu o efeito da pandemia do novo coronavírus e fechou o segundo trimestre do ano fiscal de 2020, de janeiro a março, com prejuízo de 165 milhões de euros ante o lucro de 49 milhões de euros do mesmo período de 2019. Nos seis meses as perdas somam 339 milhões de  euros. As receitas caíram 8% entre janeiro e março, para 2,204 bilhões de euros, afetadas pelas menores vendas de geradores de turbinas eólicas. A receita no primeiro semestre foi de 4,2 bilhões.
O resultado EBIT antes do PPA e antes dos custos de integração e reestruturação totalizaram 33 milhões de euros no trimestre, com uma margem EBIT de 1,5%. O EBIT antes do PPA e antes dos custos de integração e reestruturação totalizaram -103 milhões de euros no primeiro semestre, equivalente a uma margem de -2,5% da receita.
De acordo com o comunicado da empresa, a pandemia trouxe um efeito inesperado nas operações e atividades comerciais. O impacto direto foi de 56 milhões de euros na rentabilidade. Essa situação, aponta a empresa, intensificou ainda mais os desafios nos negócios onshore, principalmente no mercado indiano e na execução de projetos no norte da Europa.
Apesar disso, a empresa ressalta que manteve uma sólida posição de liquidez, com linhas de crédito no valor de 4 bilhões de euros, contra as quais obteve apenas 1,1 bilhão de euros.
A companhia afirmou que reagiu rapidamente para enfrentar essa crise sem precedentes e salvaguardar a saúde e a segurança de seus funcionários e das comunidades onde opera. Entre as ações estão protocolos rígidos de saúde e segurança antes das diretrizes oficiais, tanto nas fábricas quanto nos escritórios, e aplicou novas soluções para garantir a continuidade das operações, incluindo o redirecionamento de cadeias de suprimentos, otimizando o monitoramento remoto para garantir as operações de serviços e, no exterior, prolongando os períodos para equipes de manutenção que trabalham no mar.
Apesar desse cenário no momento, a Siemens Gamesa reforçou que as perspectivas de longo prazo permanecem sólidas. A empresa registrou um registro recorde de pedidos de  28,6 bilhões de euros, aumento de 21% na comparação anual. Esse valor foi alcançado após a assinatura de acordos que somam 6,8 bilhões no primeiro semestre e a integração dos ativos de Serviço adquiridos da Senvion. A entrada de pedidos no segundo trimestre fiscal somou 2,2 bilhões, queda de 11% ante 2019. Apesar disso, a empresa aponta que essa variação representa a volatilidade normal do mercado offshore, mas coloca na conta também o impacto da covid-19 para contratos onshore.
Apesar disso, a captação de pedidos onshore nos últimos doze meses aumentou para 9.485 MW, 13% a mais ante mesmo período anterior, apesar da redução de 6% no segundo trimestre, para 1.645 MW. A entrada de pedidos no exterior nos últimos doze meses aumentou 56%, para 2.879 MW.
A divisão de serviços teve um desempenho que classificou como ‘extraordinariamente bom’, impulsionado pelo acordo com a Senvion, registrando 3,9 bilhões em pedidos nos últimos doze meses.