A crise causada pela pandemia de Covid-19 adiou uma compra de ativos da EDP na área de transmissão. A revelação foi feita pelo CEO da empresa, Miguel Setas, em teleconferência com analistas de mercado realizada nesta quarta-feira, 6 de maio. Nos últimos anos, a EDP tem se destacado nos leilões de transmissão, arrematando muitos lotes e consolidando a presença no setor.
O panorama trazido pela pandemia fez com que além do adiamento da compra do ativo, ela tomasse uma série de medidas para proteger o seu caixa, resultando em uma liquidez de R$ 3,1 bilhões. Dentre as medidas estão a redução de capex e opex. A EDP redimensionou investimentos que não eram prioritários e reduziu a distribuição de dividendos, somando R$ 1,3 bilhão. Some-se a esse valor R$ 900 milhões em captações concluídas até abril e mais outros R$ 820 milhões de captações em andamento, que resultam nos R$ 3,1 bilhões. “Hoje a companhia encontra-se em uma posição robusta e sólida, face o que enfrentamos no cenário externo”, avisa o diretor financeiro Henrique Freire. A EDP teve R$ 263 milhões no stand still, mecanismo oferecido pelo BNDES para postergação de pagamento de financiamentos.
No mercado livre há clientes que já pediram acordos de flexibilização de pagamento, o que a empresa tem negociado caso a caso. Ele conta que os casos de renegociação são a maioria e que os casos de judicialização são mínimos, como por exemplo nos shopping centers. Cerca de 60% dos negócios da comercializadora do grupo está com outras comercializadoras e geradoras.
Na transmissão, a empresa teve a entrada em operação parcial do lote 11, no Maranhão, com 19 meses de antecedência, o que vai propiciar acesso a 51% da Receita Anual Permitida. A empresa já está com 63% do capex executado e já foram R$ 2,5 bilhões em investimentos até o momento. O CEO da empresa, Miguel Setas, classificou o ano de 2020 como desafiador, mas que a EDP estará pronta para enfrentar os próximos meses com diligência e estabilidade.