A agência de classificação de risco Fitch Ratings revisou a perspectiva de ratings internacionais de longo prazo de diversos emissores brasileiros, passando de Estável para Negativa, entre elas da Eletrobras e Petrobras, que tem sua avaliação atrelada ao rating soberano do país. Assim, os IDRs (Issuer Default Ratings – Ratings de Inadimplência do Emissor) das estatais e do país foram afirmados em ‘BB-’, numa análise que reflete a deterioração das perspectivas econômica e fiscal do Brasil e os riscos para as empresas, devido “à persistente indefinição política, incluindo tensões entre o Poder Executivo e o Congresso, e as incertezas sobre a duração e a intensidade da pandemia do coronavírus”.

Outras companhias de atuação no setor elétrico, como a Engie Brasil, Energisa, Alupar Investimento e a Raízen Energia, também tiveram a alteração de suas perspectivas em decorrência da classificação nacional. No caso da Engie, conforme comunicado da elétrica ao mercado, também foi revista a estimativa para os ratings internacionais de longo prazo em moeda estrangeira e local, reafirmando em ‘BB’ e ‘BBB-‘, respectivamente, permanecendo assim um nível acima do rating brasileiro.

As premissas da agência indicam que a economia global apresentará desempenho em linha com as estimativas do relatório Global Economic Outlook, publicado em 22 de abril, ainda que reconheça que há um grau de incerteza mais elevado sobre suas projeções macroeconômicas. É esperado que a atividade brasileira sofra recuo de 4% ainda este ano, com viés de risco negativo. O crescimento médio de -0,6%, reportado nos últimos cinco anos, mostra uma lenta recuperação após a longa e acentuada recessão em 2015 e 2016.

Ademais, é projetado um crescimento de 3% para a economia em 2021, contanto com a recuperação dos efeitos da crise e como resultado do abrangente conjunto de medidas fiscais e monetárias adotadas pelas autoridades para prevenir um colapso econômico mais profundo.