A carga no Sistema Interligado Nacional pode recuar em mais cerca de 1,4 GW médios ao ano no período até 2024 em comparação com a primeira revisão quadrimestral, divulgada no final de março. Essa é a previsão com a análise de sensibilidade realizada pelo ONS, CCEE e EPE, que será utilizada para balizar
o pedido de revisão extraordinária da carga, medida revelada na última quinta-feira, 7 de maio. Comparado ao cenário utilizado no Planejamento Anual, ainda em 2019, o volume deverá ficar em 5 GW médios a menos.
De acordo com apresentação do ONS durante a reunião do CMSE realizada na semana passada, que considera a retração do PIB em 5% neste ano, a carga de energia do SIN decresce 1.969 MW médios em 2020 em relação a 2019, um volume 2 pontos porcentuais a menos do que a revisão de março. Entre 2021 e 2024, com a expectativa de retomada do crescimento econômico, a carga de energia cresce anualmente entre 2.618 e 2.766 MW médios entre 3,6% e 4,2%. Mesmo assim, um volume 1,4 GW médio a menos do que o estimado no final de março.
Na comparação entre a análise de sensibilidade e os dados que constam do planejamento anual de 2020 a 2024, realizado no ano passado, os valores estão na casa de 5 GW médios menores.
A proposta deverá levar em conta a queda de 5% no PIB e crescimento de 2,3% em 2021, 2,8% de expansão nos dois anos seguintes e 2,9% em 2024, que já faziam parte da revisão quadrimestral ordinária.
Na correspondência que foi enviada ao diretor geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, André Pepitone, as entidades lembram que ainda havia poucos dados e informações disponíveis que demostrassem os reais impactos da pandemia COVID-19 que teriam reflexos sobre a economia brasileira quando da primeira revisão. E ainda, que a atividade econômica começou a ser gradativamente reduzida por conta das medidas de isolamento social.
“O cenário mundial mais degradado e o aprofundamento da crise no Brasil levaram a uma forte deterioração das expectativas dos agentes em relação ao crescimento do PIB neste ano entre meados de março e abril. Os impactos da pandemia COVID 19 já mostram a gravidade de uma crise econômica sem precedentes no Brasil e no mundo. Espera-se que o emprego e a renda sejam significativamente afetados, levando a uma queda do consumo em geral. Além disso, questões internas associadas ao cenário político também vêm trazendo piora da estabilidade e queda significativa dos níveis de confiança dos agentes”, apontam na correspondência.