A partir da próxima segunda-feira (18), a hidrelétrica de Itaipu irá abrir suas comportas para ajudar o Paraguai a superar a forte estiagem que castiga a região, possibilitando ao país maior escoamento hídrico para irrigação da safra de grãos. A medida é uma decisão das chancelarias brasileira e paraguaia referendada pelo Conselho de Administração, e favorece também a Argentina, que sofre pelos mesmos motivos. Abaixo da usina, o Rio Paraná apresenta níveis baixos, causando inclusive problemas de navegabilidade para entre os países.

Segundo a binacional, o vertimento inicial deve durar 12 dias, sem prejuízo para a produção de energia, já que a demanda solicitada à usina continua baixa em função do momento de desaceleração econômica. Há mais de um mês, os governos dos três países vêm negociando uma maior produção. Inicialmente, o reservatório não estava na sua cota normal, que é de 219 metros acima do mar. Desde a semana passada, a situação foi normalizada, encontrando-se hoje em 219,27 metros. Antes da abertura das comportas, a UHE já havia aumentado gradativamente a geração para atender a Argentina.

A hidrelétrica gerou 28.224.362 MWh somente em 2020. Já a produção acumulada, em 36 anos de operação, chega a 2.716.431.155 MWh, energia suficiente para iluminar o mundo todo por 43 dias. “É um período delicado que requer alinhamento e solidariedade ao povo irmão paraguaio”, afirmou o diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna.