Na comparação com o racionamento de 2001, o outro evento extremo que afetou o país neste século, a recuperação de mercado após a pandemia de Covid-19 deverá ser mais rápida. A redução na demanda nas duas ocasiões atinge 20%. No webinar “Conversa com CEOs – Desafios do setor elétrico pós-pandemia”, realizado pela Delta Energia nesta quarta-feira, 13 de maio, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, ressaltou que enquanto o racionamento durou nove meses, na pandemia a expectativa é levar em torno de três, como tem sido nos outros países até uma reabertura gradual. “Não sei se em V ou U, mas é certo que ela retoma mais rapidamente”, explica.

Ainda segundo ele, medidas de adequação padrões, como os de eficiência energética que foram adotadas naquela época não precisarão ser adotadas agora. Ferreira Junior contou ainda que prefere o cenário de sobrecontratação a subcontratação. Ele acredita que a retomada da economia vira baseada em um forte programa de investimentos em infraestrutura e privatizações, como forma de atrair o capital privado.

Sobre preços de mercado, a Thymos Energia via em janeiro a expectativa era que eles fossem altos. Porém a hidrologia mediana em relação aos anos anteriores e a redução de carga levam a previsão para o lado oposto. “A perspectiva para o fim do ano é bem baixa, metade do que tinha em janeiro”, avisa o presidente da a Thymos, João Mello. Ele vê que a partir de 2022 as diferenças de preços no mercado acabam, sem divergências em 2023. Mello, que vê sobrecontratção adicional de R$ 5 a 15 bilhões até 2022, pede urgência na implementação da conta-covid e que ela seja aplicada em tranches. “Tem que ser feita a captação logo”, aponta.