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As distribuidoras terão que utilizar ferramentas de inteligência na arrecadação para sair melhor da crise do coronavírus, na avaliação do especialista em perdas e CEO da Choice Technologies, Denis Maia. O executivo avalia que qualquer que seja o pacote de soluções emergenciais de enfrentamento aos impactos da pandemia no setor elétrico – o que inclui o empréstimo da chamada Conta Covid – o resultado será um modelo em que tanto consumidores quando empresas perderão de uma forma ou de outra.

Maia acredita que apenas uma redução de carga tributária poderia evitar que os atores envolvidos nessa equação tenham que assumir de alguma forma o custo da crise. Diminuição de impostos, no entanto, destaca, é um hipótese de baixa probabilidade no Brasil. Para o consumidor, o custo da crise significa aumento de tarifa; para o acionista, inibição de investimento, pondera o executivo.

“A gente já observou uma ampliação de inadimplência. Um cliente nosso na Colômbia chegou a ter redução de 32% na arrecadação. Os números aqui ainda estão menores, mas acho que a gente não vai fugir de um aumento violento de 33% a 50% no nível de perdas atual”, calcula.

No curto prazo, já é esperada uma recessão econômica grave que vai, sem dúvida, levar ao incremento das perdas. Além disso, pode haver aumento de tarifa no médio prazo, quando o pagamento da Conta Covid começar a ser feito.

Nesse cenário, afirma Maia, as distribuidoras vão ter que atuar ainda mais na otimização dos processos internos. Sem poder contar por três meses com a possibilidade de interrupção no fornecimento de energia por inadimplência de uma parcela de seus consumidores, elas terão de achar mecanismos mais eficientes de recuperação de receita, oferecendo aos clientes possibilidades diferenciadas de pagamento dos débitos.

Ferramentas de inteligência artificial, capazes de identificar os diferentes perfis de clientes a partir da análise do cadastro podem fazer a diferença, garante o executivo da Choice. Formado em Ciência da Computação, Maia afirma que o uso dessas ferramentas pode influenciar bastante a capacidade de arrecadação das distribuidoras. “Se ela conseguir conhecer essa capacidade de negociar, isso tende a otimizar o valor total, diminuindo as receitas irrecuperáveis e o nível de aumento da tarifa no futuro.”

No Brasil empresas como Light, Enel e Cemig  a inteligência artificial para reduzir perdas comerciais, mas, em relação à inadimplência ainda utilizam métodos tradicionais. Com o novo cenário, a necessidade de melhorar processos será premente para todas as distribuidoras do país, prevê Maia.

A Light está entre os clientes da Choice, que atende empresas em outras partes do mundo, como a EPM (Colômbia), a Saudi Electricity (Arábia Saudita), a Tata Power (Índia) e a AES (EUA). No caso da empresa brasileira, que atende em torno de 10 milhões de pessoas no estado do Rio de Janeiro, a tecnologia e as ferramentas de análise permitiram crescimento anual de 160 GWh na geração de energia e US$ 40 milhões em arrecadação, com redução de 168,7 mil toneladas de CO2.