A Cemig registrou um prejuízo líquido de R$ 57 milhões no primeiro trimestre de 2020 ante os ganhos de R$ 757 milhões no mesmo período do ano passado. O resultado ebitda na base IFRS (antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) recuou 44,7%, para R$ 808 milhões. O ajustado ficou 6,6% na mesma base de comparação. Apesar desse resultado a receita tanto bruta quanto líquida, avançaram 0,2% e 2,5%, respectivamente, para R$ 9 bilhões e R$ 6 bilhões.

Na Cemig D, o resultado ebitda caiu 2,2%, para R$ 495 milhões, mas o lucro líquido ficou 4,4% maior do que no mesmo período de 2019, alcançando R$ 196,6 milhões. Houve queda de 2% na energia distribuída, sendo que no mercado regulado essa redução ficou em 4,2% e o transporte de energia pela rede da empresa aumentou em 1% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Enquanto a demanda no segmento residencial aumentou de 26% para 27% do mercado, o Industrial recuou de 36% para 33%. Comércio e Serviços avançou de 21% para 24%.  No mercado total em volume de energia o destaque ficou com a redução em 394 GWh do consumo industrial e aumentos de 41 GWh no residencial e de 230 GWh no comercial e de serviços.

Os índices de qualidade estão abaixo do limite regulatório da Aneel. Já em termos de nível de inadimplência, foi registrado 5,29% no final do mês de março, cerca de 4% superior ao registrado ao fim de 2019. Segundo análise da estatal, isto demonstra já ser um dos reflexos das medidas de combate a disseminação da covid-19 que foi adotada em grande parte dos municípios de Minas Gerais a partir da segunda metade deste mês.

Na subsidiária de geração e transmissão a alta do dólar impactou em R$ 437,8 milhões o resultado final da empresa que ficou em R$ 4 milhões no negativo. O ebitda retraiu em 24%, para R$ 705 milhões.

A energia faturada pela Cemig GT totalizou 7.450.859 MWh no primeiro trimestre de 2020, uma elevação de 2,6% em relação ao mesmo período de 2019. O consumo dos clientes industriais reduziu 225.998 MWh frente ao primeiro trimestre de 2019, compensado pela elevação de consumo de 266.360 MWh no segmento comercial, em decorrência do aumento da migração de clientes do mercado cativo para o livre. Entre março de 2019 e de 2020, houve acréscimo de 241 clientes comerciais na carteira da Cemig GT.

A empresa ainda relatou efeito com o reconhecimento a valor de mercado do investimento na Light em 31 de maço, com impacto negativo da remensuração no valor R$609,2 milhões, correspondendo a um valor líquido de tributos de R$ 402 milhões.

De um total de aportes previstos para o ano de 2020, ao valor de 2,27 bilhões a empresa realizou nos três primeiros meses R$ 326,8 milhões. O total da dívida consolidada da companhia, em 31 de março era de R$15,8 bilhões, montante R$ 986,5 milhões a mais que ao final de 2019, aumento de 6,68%. A dívida líquida, contudo, encerrou o trimestre 1,22% menor, com R$ 13,3 bilhões quando comparado ao fechamento do ano passado. Desse valor R$ 8 bilhões estão atrelados à moeda estrangeira.