Dados preliminares apontam que o consumo de energia elétrica no país apresentou retração de 11% após a adoção de medidas de isolamento social para combate à covid-19. Os dados constam de estudo realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O percentual considera a média do Sistema Interligado Nacional (SIN) no período entre 21 de março até 8 de maio deste ano com a mesma base de comparação em 2019.
O recorte por ambiente de contratação aponta que enquanto o mercado livre recuou 12%, no ambiente regulado ficou em 11% por causa da continuidade do consumo da classe residencial.
Quando se compara a média entre as três primeiras semanas de março, antes do início das medidas restritivas, com a média do período após o começo do distanciamento social, a demanda por eletricidade recuou 15%, sendo 14% no mercado regulado e 19% no mercado livre.
“Os dados que nós temos disponíveis hoje apontam para um início de estabilização. Resta saber se, com a flexibilização da quarentena em determinadas regiões e a sinalização de condições mais rigorosas de isolamento em outras, esse cenário se mantém”, analisa Rui Altieri, presidente do Conselho de Administração da CCEE.
Ao analisar o desempenho do consumo de energia por ramo de atividade, a CCEE verificou que a indústria automotiva se manteve como um dos segmentos com maior queda no consumo de energia. A média de consumo em abril foi 66% menor em comparação com o mesmo período em 2019. Já a média dos oito primeiros dias de maio verificou queda menor de consumo: 50% ante os mesmos dias de maio do ano passado.
Outro segmento que reduziu a queda de consumo foi o de bebidas, que havia registrado média 33% menor em relação a abril de 2019 e passou para 15% a menos em maio.
A indústria têxtil manteve a mesma tendência de queda expressiva: 46% em abril e 48% em maio, ambos os meses comparados com os mesmos de 2019. Confira na figura abaixo o desempenho dos principais segmentos impactados pela covid-19.
Nos estados, comparando a média do período de isolamento em base anual (2020 ante 2019), o levantamento indica que o Rio de Janeiro manteve a liderança do ranking, com uma queda de 21%, seguido por São Paulo 16%, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Amazonas completam a lista das cinco maiores reduções percentuais, todos com 15%.

Quatro estados tiveram alta no consumo: Pará 4%, Amapá 3%, Maranhão 2% e Mato Grosso 1%,  por causa da baixa redução da demanda no mercado regulado e da elevação do consumo em alguns setores da economia nestes estados.