Integrantes da Sala de Crise da Região Sul recomendaram a manutenção em 150 m³/s da vazão da hidrelétrica Foz do Chapecó, até uma nova avaliação na próxima segunda-feira, 25 de maio. A seca prolongada nos três estados já afeta 12 hidrelétricas localizadas nas bacias dos rios Iguaçu e Uruguai, que estão com a geração paralisada ou com operação intermitente por falta de água, segundo informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico. Algumas dessas usinas operam apenas para manutenção de restrições ambientais e de outros usos.

Em balanço feito durante reunião por videoconferência nesta quinta-feira, 21, o ONS informou aos demais integrantes da sala de crise que o armazenamento das bacias dos rios Capivari, Iguaçu, Jacuí e Uruguai foi reduzido à metade entre 1º de janeiro e 20 de maio, passando de 29,8% para 14,9%.

Entre as usinas paralisadas ou com operação intermitente por causa da seca estão as UHEs Salto Santiago (PR), Salto Osório (PR), Salto Caxias (PR) e Baixo Iguaçu (PR), todas na bacia do Iguaçu, que é responsável por 47% do armazenamento da região. Na bacia do rio Uruguai, que representa 28% do armazenamento, estão na mesma situação as UHEs Garibaldi (SC), Campos Novos (SC), Barra Grande (RS/SC), Machadinho (RS/SC), Itá (RS/SC), Foz do Chapecó (RS/SC), Passo Fundo (RS) e Monjolinho (RS).

Foz do Chapecó

Na próxima segunda-feira, representantes da concessionária Foz do Chapecó Energia, dos serviços de abastecimento de Itapiranga (SC) e São Borja (RS) e de outros usuários deverão discutir os efeitos da redução da água liberada pelo reservatório da usina sobre as captações abaixo da barragem, considerando a previsão de chuvas para os próximos dias na região.

Segundo a Agência Nacional de Águas, desde o dia 8 de maio, a hidrelétrica tem feito testes de redução da vazão, para manter por mais tempo o nível de armazenamento de água e melhorar as condições para os demais usuários. Na ocasião, o volume liberado passou de 200 para 160m³/s, sem afetar o abastecimento das duas cidades, captações para agroindústria e a travessia fluvial entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Em 15 de maio, o volume foi reduzido para 150m³/s, e uma nova diminuição para 140m³/s poderá ser recomendada, depois de verificado o efeito das chuvas. É possível também interromper os testes, se for constatado qualquer impacto na disponibilidade de água para captação para uso público.

A sala de crise é coordenada pela ANA e tem a participação de órgãos gestores de recursos hídricos, serviços meteorológicos dos estados do Sul, órgãos federais, prefeituras e usuários, entre eles os do setor elétrico.