O Brasil alcançou a marca de 3 GW de potência instalada em micro e minigeração distribuída de energia elétrica. Regulamentada em 2012, a modalidade triplicou nos últimos 12 meses. Em junho do ano passado, o país comemorava o primeiro gigawatts em geração distribuída. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), existem 242,3 mil usinas em operação, beneficiando mais de 315 mil unidades consumidoras no país.

A modalidade permite que empresas e residências produzam sua própria eletricidade a partir de fontes renováveis (hidrelétrica, eólica e solar) ou cogeração qualificada (térmica). O excedente de geração é injetado na rede da distribuidora local e se torna um crédito financeiro para o proprietário do sistema. Com isso, o consumidor só paga a diferença entre o que foi consumido da rede da concessionária e o produzido.

“É um conquista significativa, levando em conta o momento crítico que o setor enfrenta com a crise da Covid-19 e o processo de revisão das normas que regulam a modalidade. O crescimento diante da adversidade demonstra a vontade que os brasileiros têm de gerar a própria energia de forma descentralizada e renovável. Confiamos na GD para construir um Brasil melhor”, disse Carlos Evangelista, presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD).

A tecnologia mais utilizada pelos consumidores brasileiros é a solar fotovoltaica, com 241,9 mil usinas e 2,82 GW de potência instalada. Em junho de 2019, esses números eram 82,6 mil e 0,87 GW, respectivamente

Em segundo lugar em potência instalada permanece a produção por centrais geradoras hidrelétricas (CGHs), com 107 usinas e 102,8 MW de potência. Há um ano eram 86 usinas e 81,3 MW de potência.

Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), estima-se que geração solar distribuída já movimentou R$ 14,6 bilhões em investimentos desde que o primeiro sistema foi instalado no país em 2012. Apesar dos avanços, a entidade afirma que participação da tecnologia fotovoltaica ainda é muito pequena no Brasil em comparação com as economias mais desenvolvidas

Na comparação com outros países, o Brasil possui entre 10% a 20% das conexões existentes em nações como Austrália, China, EUA e Japão, que já ultrapassaram a marca de 2 milhões de sistemas solares fotovoltaicos, bem como da Alemanha, Índia, Reino Unido e outros, que já superaram a marca de 1 milhão.

O presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk, disse que o sistema fotovoltaico é hoje um dos melhores investimentos para empresas e cidadãos, já que traz um retorno muito acima do oferecido no próprio mercado financeiro.

“Como o juro real no Brasil está mais baixo, os consumidores têm buscado alternativas de investimentos com retornos mais rápidos, como é o caso da energia solar”, explicou o executivo em nota à imprensa.