Um relatório apresentado nesta quinta-feira, 28 de maio, assinado por diferentes entidades em conjunto aponta que apesar do progresso acelerado da última década, o mundo não garantirá fornecimento universal a energia acessível, confiável, sustentável e moderna até 2030. Contudo, ainda há tempo, para isso é necessário que os esforços sejam ampliados significativamente.
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Rastreando o SDG 7: Relatório sobre o Progresso da Energia, disponível para download em inglês, tem participação da Agência Internacional de Energia (AIE), Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), Divisão de Estatísticas das Nações Unidas (UNSD), Banco Mundial e Organização Mundial da Saúde (OMS).
O número de pessoas sem acesso à eletricidade caiu de 1,2 bilhão em 2010 para 789 milhões em 2018, no entanto, sob políticas que estavam em vigor ou planejadas antes do início da crise da covid-19, estima-se que 620 milhões de pessoas ainda não teriam acesso em 2030. A maior parte, ou 85%, deles na África Subsaariana. O SDG 7 pede acesso universal à energia até 2030.
A parcela de energia renovável no mix global de energia está aumentando gradualmente, apesar do rápido crescimento da energia eólica e solar na geração de eletricidade. O comunicado aponta que é necessária uma aceleração das energias renováveis em todos os setores para se aproximar da meta do ODS 7, com os avanços no aquecimento e transporte, atualmente, muito aquém do seu potencial. Após um forte progresso na eficiência energética global entre 2015 e 2016, o ritmo diminuiu. A taxa de melhoria precisa acelerar drasticamente, de 1,7% em 2017 para, pelo menos, 3% nos próximos anos.
A avaliação é de que para que possa alcançar o o ritmo do progresso em todas as regiões e setores há a necessidade de um compromisso político mais firme. Além disso, planejamento energético a longo prazo, aumento do financiamento público e privado e incentivos políticos e fiscais adequados para estimular a implantação mais rápida de novas tecnologias.
O relatório 2020 introduz o rastreamento de um novo indicador, 7.A.1, sobre os fluxos financeiros internacionais para os países em desenvolvimento em apoio à energia limpa e renovável. A publicação relata que embora os fluxos totais tenham dobrado desde 2010, atingindo US$ 21,4 bilhões em 2017, apenas 12% atingiram os países menos desenvolvidos, justamente são esses que estão mais longe de atingir as várias metas do ODS 7.
De acordo com o comunicado das entidades, outros elementos importantes da meta também continuam fora dos trilhos. Quase 3 bilhões de pessoas permaneceram sem acesso a formas de preparo de alimentos por meios de cocção limpo em 2017, principalmente na Ásia e na África Subsaariana. Um progresso amplamente estagnado desde 2010 leva a milhões de mortes a cada ano por respirar a fumaça do cozimento.