O mês de junho deverá ser o terceiro em que o país enfrenta os efeitos da pandemia causada pelo novo coronavírus, com isso a previsão é de que a carga no Sistema Interligado Nacional recue ante o mesmo período do ano passado. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico, a estimativa é de uma retração de 5,4%, para 60.285 MW médios.
Se essa previsão se confirmar será a quarta queda seguida no ano, sequência iniciada em março, quando o país começou a sentir os efeitos na segunda quinzena daquele mês que teve carga 0,6% menor. Já em abril o indicador recuou 11,6% e em maio a previsão está na casa de 10% de redução na comparação com os mesmos meses de 2019.
A previsão apresentada na reunião do Programa Mensal de Operação é de uma queda de 7,5% no maior submercado do país, o Sudeste/Centro-Oeste. No Norte está a segunda maior redução com 4,3%, seguida pelo Nordeste com 2,4% e no Sul com 1,8%.
Em termos de vazões, apenas no Norte é esperado um volume de energia natural afluente acima da média histórica. A expectativa é de alcançar 116% da média de longo termo, que é o mesmo índice do fechamento de maio para aquela região. No SE/CO e NE o índice projetado é o mesmo em relação à média, com 77% da MLT. No Sul, apesar de uma melhoria verificada na última semana este mês deverá fechar com apenas 19% da média e para junho é esperado, inicialmente, 29% da MLT, o 10º pior mês de junho no histórico de 90 anos.
A previsão inicial do ONS em relação ao nível de armazenamento, apesar de já estarmos no período seco, é de estabilidade no SE/CO. A previsão é de chegar ao dia 30 de junho com um volume de 55%, mesmo índice projetado nesta sexta-feira, 29 de maio. Para fins de comparação, a previsão inicial para maio era de chegar ao dia 31 deste mês com nível de armazenamento em 58,1%. Nos demais submercados é estimada queda ante o volume atual no NE, passando dos 91,1% para 87,3% ao final de junho. No Norte a estimativa e de aumento em 2,3 pontos porcentuais para 85,2% e no Sul uma leve melhora, passando de 17,4% para 23,1%.
Por sua vez o custo marginal de operação continua descolado, assim como nas semanas anteriores. No Norte e NE continua zerado enquanto no SE/CO e Sul a média ficou em R$ 102,42/MWh, resultado do patamar pesado em R$ 110,98/MWh, médio em R$ 110,27/MWh e o leve em R$ 92,12/MWh. Para fins de comparação, no mês de maio os valores em todo o país iniciaram no zero.
A previsão de despacho térmico continua a ser liderado pelas térmicas que declaram inflexibilidade. Nesta semana operativa a previsão é de 5.591 MW médios, ainda há outros 309 MW médios por restrição elétrica e 904 MW médios por ordem de mérito. Nesse último critério a última usina é a de Santa Cruz a GNL com CVU de R$ 124,72/MWh que está enquadrada na antecipação da geração, apesar de custo marginal mais baixo.