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Nascida como uma investidora, a Sunco Capital não está mais captando apenas recursos no mercado para aportes em projetos renováveis. A companhia que tem sede na cidade de Madri, Espanha, passou a recrutar profissionais de experiência no mercado e mudou sua atuação, passou a investir em projetos próprios e deu a largada nessa fase por meio de um projeto de 83 MW em seu país de origem. Contudo, é aqui no Brasil que o braço de geração, Sunco Energy, deverá firmar-se nessa condição de gerador.

O nome vem de uma abreviação de Companhia do Sol em inglês, Sun Company e não é à toa. Seu foco é a fonte solar fotovoltaica, no mercado livre e em projetos de grande porte, descartando, momentaneamente, a geração distribuída em função da discussão acerca da revisão da REN 482. De um pipeline de cerca de 2 GW, 60% estão por aqui.

Para tocar o projeto da companhia espanhola em terras brasileiras a Sunco contratou Márcio Trannin como diretor administrativo que entre outras empresas esteve à frente da diretoria de Desenvolvimento de Novos Negócios da Enel Green Power até 2017. A empresa tem uma previsão de investir cerca de 450 milhões de euros tanto na Europa quanto América Latina até 2022, apesar da desaceleração que a pandemia de covid-19 causou na economia global.

A empresa, conta o executivo, iniciou as atividades ainda em 2009 como desenvolvedor. Em 2015 mudou ao realizar uma captação de recursos e iniciou um fundo de investimento em energia renovável que conta com US$ 20 milhões apenas para o desenvolvimento de projetos. Nesse período ainda olhava para diversas fontes, inclusive eólicas. Em seu pipeline, geografias como a Espanha, México, Chile e Colômbia. Agora, deu mais um passo, rumo à atividade de produtor independente tanto na Espanha quanto por aqui de forma mais presente e algumas novas oportunidades na Itália.

Atualmente a empresa já iniciou as obras em dois projetos solares que somam 83 MWp na cidade espanhola de Mazanares, a 180 quilômetros de Madri. As obras foram viabilizadas com um contrato de longo prazo com a Shell Energy Europe. A previsão de operação é 2021 e serão os primeiros da Sunco Energy.

Esse é o modelo que a empresa pretende colocar em andamento por aqui. De acordo com Trannin, a empresa já tem negociações em andamento no Brasil, que se fossem efetivadas, levariam a uma possibilidade de colocar um projeto de 700 MWp. Inclusive, acrescentou ele, a Sunco já olha para uma meta de desenvolver, construir e operar cerca de 3 GWp de projetos solares em cinco anos.

Mas como a perspectiva de crescimento ultrapassa esses volumes de pipeline, a Sunco deverá ir a mercado para prospectar. Nesse sentido, como a estimativa é de atuar no ACL então foca em projetos no submercado de maior demanda que é o Sudeste/ Centro-Oeste. Além de Minas Gerais, Goiás é visto como uma região promissora. Em São Paulo ele descarta, apesar de já ter olhado para as possibilidades disponíveis.

Nesse sentido, acrescenta ele, o que vai ditar o ritmo de crescimento é o fechamento de PPAs. Enquanto a empresa tiver capacidade nos projetos que já estão em desenvolvimento próprio não há razão de ir ao mercado para buscar novos empreendimentos.

“Para isso a preferência é o greenfield, mas temos o caminho de ter que ir a mercado para comprar projetos”, comentou ele. “Os projetos preferencialmente são aqueles ainda não iniciadas as obras que é onde a gente acredita que temos uma grande vantagem competitiva”, acrescentou ele em entrevista à Agência CanalEnergia.

Ele conta que a escolha pelo Brasil como um dos hubs de desenvolvimento da companhia foi natural devido às características do país. Além disso, ele cita também os fundamentos do mercado nacional cuja perspectiva é de abertura ao ACL, seguindo o que já é realidade há anos em regiões mais maduras. Por aqui, a avaliação é de que o Brasil é sólido e crescente em termos de consumo, a despeito da conjuntura com a pandemia que derrubou a carga. O objetivo é de atender diretamente os consumidores finais e evitar comercializadoras neste momento.

Naturalmente, continua, com a pandemia as atividades desaceleraram. Mas, ressalta, que a empresa está com  prontos para a construção. Essa decisão é tomada com o contrato assinado com clientes. A Sunco está com negociações em diferentes fases. Ele relata com há acordos em fase final de documentação, mas que pela incerteza do momento pararam. Mas há cinco conversas em curso com PPAs de 150 MWp.

A aposta por aqui é ambiciosa. Tranin diz que a empresa está de olho em projetos de grande porte. “Hoje o mínimo para a gente é de plantas de 300 a 400 MWp”, define ele que participou do desenvolvimento do maior projeto solar da EGP no país, localizado no Piauí, em São Gonçalo. Atualmente a companhia já possui uma planta de 400 MWp na cidade de Mauriti (CE), localizado próximo à divisa com a Paraíba, e outro em Minas Gerais, de 800 MWp e localizado em Jaíba, no norte do estado.

Apesar da origem europeia, Trannin aponta que a fonte de financiamento deverá ser restrita no momento ao BNDES e, principalmente o BNB, que possui, em sua avaliação as melhores taxas e condições. O problema, lembra ele, no momento está na questão do câmbio já que os PPAs estão em reais e a participação da moeda estrangeira no componente custo da energia é bastante importante por conta da necessidade importação de equipamentos.